Revista Concreto & Construções - edição 88 - page 31

CONCRETO & Construções | Ed. 88 | Out – Dez • 2017 | 31
& Construções
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59ª
EDIÇÃO
C
ONGRESSO
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RASILEIRO DO
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ONCRETO
intermediários, ou os engenheiros civis deveriam ser prepara-
dos para serem instrutores nas obras, orientando sua equipe
de trabalho quanto ao serviço que deverá ser executado. Nes-
te último caso, as salas de aula terão que mudar, abandonan-
do o formato no qual os professores ensinam teorias, para
assumir uma forma na qual aos alunos recebem problemas,
devendo buscar pelas melhores soluções. “Não é só aplicar
as teorias, pois essas são insuficientes para prever tudo o
que acontece na prática, mas sobretudo é experimentar e er-
rar! Entre teoria e prática há a teoria da prática, que se apren-
de fazendo”, orientou Castro, citando Piaget.
Pôr a mão na massa. Essa foi a ênfase dada por todos
os palestrantes. O próprio Prof. Moura defendeu que há uma
ligação neuronal ancestral entre partes nobres do cérebro
com as mãos, sendo que o ato de aprender é facilitado pelo
uso das mãos. “Mãos e cabeça evoluíram juntos. A mão fez
o cérebro humano evoluir, pois com seu polegar opositor e
maior o homem adquiriu habilidades com as mãos que sofis-
ticaram as atividades do cérebro”, argumentou.
Para fazer com que o aluno seja mais participativo em sala
de aula e que seja capaz de aplicar o que aprendeu na resolução
de problemas práticos, o formato de sala de aula com carteiras
enfileiradas na qual o professor fala e o aluno escuta terá que
mudar. Segundo o diretor de ensino do Grupo IDD, Prof. José
Ivair Motta Filho, esse tipo de formato de ensino causa no aluno
a ilusão de fluência de aprendizado. “O aluno tem a sensação
de que domina o assunto ensinado, mas não é capaz de aplicar
o que lhe foi passado, esquecendo o conteúdo em poucos dias.
Isto porque o aluno realmente não aprendeu”, afirmou.
Motta apresentou metodologias ativas (por meio das quais
os alunos são estimulados a conversarem sobre os temas das
aulas para consolidarem seu aprendizado), da sala invertida
(proposta na qual os alunos resolvem problemas com o que foi
ensinado em sala de aula) e de uso de tecnologia em favor do
aprendizado (como uso do celular e do ambiente virtual para
jogos de aprendizado e para treinamento especializado).
Metodologias ativas de aprendizado têm sido aplicadas no
curso de engenharia civil da Universidade Presbiteriana Ma-
ckenzie. A instituição tem promovido o contato dos alunos com
projetistas de estruturas e tecnologistas de concreto por meio
de palestras e discussões sobre grandes obras da engenharia
nacional, a exemplo da palestra sobre o Museu do Amanhã,
com o presidente do IBRACON, Eng. Julio Timerman, diretor do
escritório responsável pela revisão do projeto estrutural da obra.
Além de palestras e visitas técnicas, os alunos do Macken-
zie participam regularmente de atividades interdisciplinares, nas
quais um problema de engenharia é apresentado aos grupos,
que precisam pesquisar e fazer ensaios de laboratório para bus-
car a melhor solução. “O desafio do primeiro semestre deste
ano foi discutir o concreto para barragens”, exemplificou a coor-
denadora do curso de engenharia civil da Escola de Engenharia
da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Profa. Magda Apare-
cida Salgueiro Duro, em sua palestra.
Aos palestrantes do Seminário juntaram-se seus três
coordenadores (Prof. César Henrique Daher, Prof. Luís Cé-
sar De Luca, ambos do IDD, e o Eng. Vinícius Caruso) e
Prof. Claudio de Moura Castro em momento de sua apresentação no
II Seminário IBRACON sobre o Ensino de Engenharia Civil
Prof. José Ivair Motta Filho em sua intervenção no II Seminário
IBRACON sobre o Ensino de Engenharia Civil
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