Revista Concreto & Construções - edição 88 - page 30

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59º CBC
Vale registrar também a instalação do Comitê Técnico
IBRACON/ABCIC de Pré-Fabricados (CT-304) em reunião no
dia 1º de novembro, em que estiveram presentes 22 profis-
sionais de diferentes segmentos da construção civil. Nesta
reunião ficou acertado que as atividades do CT-304 estarão
inicialmente voltadas para o desenvolvimento de uma Práti-
ca Recomendada sobre a ABNT NBR 9062:2017 (Projeto e
Execução de Estruturas Pré-Moldadas de Concreto) e a ela-
boração de um texto-base para a normalização de elementos
pré-fabricados destinados à construção de torres eólicas.
O tema da durabilidade permeou também a conferência
de Diego Jaramillo, diretor da Federação Iberoamericana de
Concreto Usinado (FIIHP) e gerente técnico da Associação Co-
lombiana de Produtores de Concreto (Asocreto). Abordando o
pavimento de concreto, o Eng. Jaramillo explicou que sua maior
durabilidade em relação ao pavimento asfáltico é assegurada
com a adoção de boas práticas de engenharia no projeto e
execução, como no adequado dimensionamento e modulação
de suas placas, o uso de barras de transferência, o cuidadoso
controle tecnológico do concreto e a especificação de sistemas
eficientes de drenagem. Segundo ele, o pavimento rígido trans-
fere os movimentos e esforços no sentido vertical para o sentido
horizontal, distribuindo esses esforços e movimentos, de modo
que suas intensidades são bastante minimizadas ao chegarem
à placa de suporte do pavimento, o que leva a sua maior dura-
bilidade. Esta é a concepção por trás do dimensionamento do
“whitetopping”, pavimento rígido executado sobre pavimento
asfáltico, para recuperação funcional da via.
A durabilidade foi contemplada também nos outros cur-
sos oferecidos aos congressistas, como o ministrado por
Luís Otávio Baggio Livi sobre estruturas pré-fabricadas de
concreto, por Idário Fernandes sobre produção de artefatos
de concreto vibroprensado e por Fábio Albino sobre dimen-
sionamento de viga isostática protendida.
ENSINO DE ENGENHARIA
O II Seminário IBRACON sobre o Ensino de Engenharia
Civil se propôs a discutir a qualidade e a atualidade do ensino
de engenharia no Brasil. Para essa segunda edição a propos-
ta foi trazer as experiências de professores envolvidos com
metodologias alternativas de ensino.
Na palestra do assessor da presidência do Grupo Positivo
e ex-diretor geral da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Ensino Superior (Capes), Prof. Claudio de Mou-
ra Castro, o modelo brasileiro de ensino de engenharia foi
apresentado como cópia do modelo da Escola Politécnica
Francesa, com muita teoria e pouca prática durante o curso.
Com essa fórmula, segundo Castro, os alunos acabam por
se sentir desmotivados, porque ouvem falar de tudo, mas não
aprendem nada, o que explica a enorme evasão nos cursos
brasileiros de engenharia. “Aprender tecnologia não é conhe-
cer os nomes de peças e equipamentos, e saber a fórmula
por trás de seu funcionamento. Aprender tecnologia é sujar
as mãos. Aprender é aplicar o que se aprende”, sustentou.
Como nosso país não conta com uma formação de quali-
dade e em quantidade suficiente nos níveis intermediários de
profissionais, como mestres de obras, técnicos e tecnólogos,
diferentemente do que acontece na França, uma enorme la-
cuna é formada no mercado de trabalho entre o engenheiro e
o peão, que compromete a própria formação do engenheiro,
que não passou pelos estágios intermediários, onde a prática
tem mais valor do que a teoria. A consequência disso, na
avaliação de Moura, é que muitas vezes o engenheiro precisa
assumir posições técnicas nas empresas, sem ter sido ade-
quadamente preparado para isso.
Como se muda esse quadro? Para o Prof. Cláudio Mou-
ra, ou o país investe na melhor formação e em quantida-
de suficiente de profissionais para a ocupação dos níveis
Prof. Enio Pazini Figueiredo em momento de sua palestra
no III Simpósio sobre Durabilidade das Estruturas de Concreto
Eng. Diego Jaramillo palestrando sobre pavimentos de concreto
para congressistas nas Conferências Plenárias do 59º CBC
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