26 | CONCRETO & Construções | Ed. 86 | Abr – Jun • 2017
concentração da solução de sulfato de
Magnésio é maior do que a da solução
de sulfato de Sódio. Logo, os limites
máximos a serem atendidos são dife-
rentes, para cada tipo de solução.
No caso da Resistência do Concreto
pode-se destacar, dentre inúmeros pon-
tos, os seguintes fatores que interferem
no resultado de cada corpo de prova:
u
Instante da Moldagem do cp;
u
Cura inicial do cp;
u
Transporte do cp;
u
Temperatura da água de cura;
u
Preparo do cp;
u
Planicidade do cp;
u
Velocidade de ruptura do cp; etc.
Os ensaios de Controle Tecnológico
têm que seguir o procedimento (Méto-
do de Ensaio) que está escrito nas nor-
mas brasileiras e internacionais (se for
o caso). Isto é obrigatório. Em síntese,
não basta fazer os ensaios sem que se
sigam os Métodos de Ensaio prescritos
nas Normas Brasileiras. Para se definir
um procedimento de ensaio muitos es-
tudos são realizados e são observadas
as influências de cada variável no resul-
tado final do ensaio.
Antes do início de cada obra deve ser
preparado um Plano de Controle Tecno-
lógico, o qual será elaborado em função
do tipo de obra, da classe de agressivi-
dade ambiental (CAA), prevista na ABNT
NBR 12655 e ABNT NBR 6118, da Es-
pecificação da obra e de Projeto. Este
Plano deverá conter no mínimo:
u
Tipos de Ensaio a serem realizados,
e suas respectivas normas;
u
Frequência de realização;
u
Local da execução do ensaio (labo-
ratório de obra ou externo).
Mensalmente deverá ser elabora-
do um Relatório Técnico conclusivo,
acerca dos ensaios realizados, e se os
mesmos atenderam ou não às Normas
Brasileiras, e quais as medidas adota-
das em caso de não conformidade. A
solução das não conformidades deverá
ser imediata, pois é inadmissível que,
por exemplo, após 2 anos ou mais do
início da obra, ainda exista não confor-
midade não solucionada.
2. BENEFÍCIOS DO CONTROLE
CENTROLÓGICO
Dentre os diversos benefícios do
Controle Tecnológico o de mais fácil
compreensão é saber se os materiais
constituintes do concreto atendem ou
não as Normas Brasileiras, o que, por si
só, já é muito importante. Isto é neces-
sário, mas não suficiente. Como exem-
plo, imagine a insegurança e o custo que
poderá ser acrescido ao custo inicial da
obra, pelo uso de umagregado potencial-
mente reativo, que não foi ensaiado antes
do início dos serviços de concretagem. O
desgaste para a imagem do Construtor
em ter que quebrar um elemento estrutu-
ral recém-construído, ou reforçá-lo é mui-
to elevado, e tudo isto poderia ser evitado
através do uso inteligente e eficaz de um
Plano de Controle Tecnológico. Contu-
do, é importante salientar que há Espe-
cificações Técnicas de obra e Planos de
Controle Tecnológico, que exigem uma
quantidade excessiva e absurda de en-
saios, o que pode inviabilizá-lo, ou fazer
com que os mesmos caiam em descré-
dito, em particular para os Engenheiros
que não têm especialização nesta área.
UmControle Tecnológico eficaz, além
de garantir o uso de materiais conformes
(que atendam suas respectivas normas),
pode gerar os seguintes benefícios:
u
Redução do custo da obra;
u
Redução do consumo de aglomerante;
u
Redução do retrabalho;
u
Minimização da fissuração.
Com os materiais constituintes
mantendo-se uniformes e os ensaios
sendo realizados corretamente o grau
de dispersão é baixo, e é possível re-
duzir o Desvio Padrão de Dosagem, e,
para uma mesma resistência caracte-
rística à compressão do concreto (f
ck
),
reduzir o consumo de cimento neces-
sário, para atendê-lo. Uma redução no
consumo de cimento, para grandes
blocos de fundação, lajes espessas e
pilares robustos, implica em redução
do Gradiente Térmico, e do risco de
fissuração por origem térmica, ou por
formação de Etringita Retardada (
“De-
layed Ettringite Formation”
).
A fissuração de origem hidráulica é
função, principalmente, do consumo de
água. Logo, mantendo-se a mesma re-
lação água/cimento e reduzindo o con-
sumo de cimento, temos redução do
consumo de água. Logo, menor será a
tensão de tração induzida pela retração e
menor risco de fissuração.
O retrabalho também é reduzido. Um
exemplo claro de retrabalho é quando
se usa um agregado reativo em ambien-
te de elevada umidade relativa (superior
a 85%), o que certamente leva ao apa-
recimento de patologia. Caso o ensaio
seja realizado somente após a confec-
ção do elemento estrutural, e este seja
de pequena dimensão a sua demolição
é uma hipótese bastante provável, como
ocorreu recentemente em uma obra no
Centro-Oeste do Brasil.
u
Figura 3
Discos de desbaste: cinza (bom)
e vermelho (ruim)