Revista Concreto & Construções - edição 85 - page 75

CONCRETO & Construções | 75
energia do sinal recebido e de velocida-
de de onda referentes à varredura das
diagonais formadas pelos tubos 1-4,
2-5 e 3-6.
A partir dos diagramas (Figura 4),
observa-se que um trecho superficial
apresenta redução acentuada na in-
tensidade de resposta do pulso de
ultrassom e velocidades de onda re-
duzidas (inferiores 4000 m/s). A qua-
lidade inferior do concreto próximo
ao topo e/ou descolamento dos tu-
bos de PVC devido a efeitos térmicos
durante a cura podem ser as causas
desse comportamento. O restante
do fuste apresenta velocidades de
onda em torno de 4000 m/s, com
algumas reduções pontuais, além de
atenuações na intensidade do pulso
também localizadas.
O programa de tomografia Tomo-
Sonic (GeoTomo, 2003) foi utilizado na
interpretação dos sinais monitorados.
Os resultados são apresentados na Fi-
gura 5.
O perfil de variação de velocidade
ao longo do fuste, de acordo com a
escala de cores no canto esquerdo da
Figura 5, indica que ocorreram veloci-
dades de onda inferiores a 3000 m/s na
região próxima ao topo da estaca E16.
Porém, um corte na seção transversal
realizado a aproximadamente 1,0 m do
topo da estaca já mostra que nessa
região as velocidades de onda se en-
contram em torno de 4000 m/s. Dessa
forma, possivelmente o concreto passa
a apresentar qualidade superior e/ou
há uma melhora na aderência entre os
tubos de acesso e o concreto a partir
desta profundidade.
Assim, após esse trecho superficial,
o fuste da E16 apresenta velocidades
de onda predominantemente superio-
res a 4000 m/s, exceto em algumas re-
giões de forma pontual. Os cortes re-
alizados nas seções transversais para
as profundidades 16,463 m, 16,960 m
e 17,581 m permitem avaliar possibili-
dade de ocorrência de concreto com
qualidade inferior. Observa-se que a
extensão dessa variação na qualidade
do concreto é pequena, visto que velo-
cidades de onda inferiores a 4000 m/s
ocorreram apenas no corte localizado
a 16,960 m e que a seção transversal
não se encontra comprometida.
4.3 Estacas de um viaduto
em Curitiba (PR)
A fundação de um dos pilares de
um viaduto localizado na cidade de
Curitiba (PR) é constituída por 18 esta-
cas escavadas com uso de fluido es-
tabilizante (polímero). Destas estacas,
quatro foram preparadas e submetidas
ao ensaio CSL, entre os anos de 2012
e 2013.
O perfil geológico-geotécnico lo-
cal, composto predominantemente por
argila silto-arenosa cinza esverdeada
de consistência rija a dura, é típico da
Formação Guabirotuba. O nível d’água
situou-se em média a 3,0 m abaixo da
superfície do terreno.
A estaca E18, com 38,0 m de com-
primento e diâmetro de 2,0 m, foi um
dos elementos submetidos ao ensaio
CSL. A preparação da estaca envolveu
a fixação de 5 tubos de acesso de PVC,
devidamente numerados de 1 a 5 ao
longo da armadura longitudinal, apre-
sentando aproximadamente 32,0 m de
comprimento, distribuídos em círculo e
locados na periferia.
A partir do resultado do ensaio
CSL, realizou-se a avaliação dos dia-
gramas de tempo transcorrido entre
a emissão do pulso e a chegada ao
receptor, de velocidade da onda e de
energia do sinal recebido de cada dia-
gonal para a estaca E18. A Figura 6
apresenta um desses diagramas, com
a representação esquemática das
condições da estaca considerando a
varredura realizada na diagonal forma-
da pelos tubos 3-4.
u
Figura 5
Cortes transversais oriundos da análise tomográfica para estaca E16
no alto forno de uma siderúrgica no Rio de Janeiro (RJ)
1...,65,66,67,68,69,70,71,72,73,74 76,77,78,79,80,81,82,83,84,85,...100
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