Revista Concreto & Construções - edição 85 - page 24

24 | CONCRETO & Construções
sequencia de instruções numericas, o
G-Code
3
, que vai comandar um equipa-
mento controlado por computador (CNC)
de maneira a que ele execute todas as
diferentes tarefas necessarias para a
fabricaço de um determinado objeto.
Diferentemente das máquinas uti-
lizadas na manufatura tradicional em
serie, que sao ajustadas — ou ate mes-
mo fabricadas — para executar uma
mesma tarefa especifica indefinidamen-
te, uma maquina CNC pode produzir
objetos em uma escala da ordem de
uma ou pouquíssimas unidades. Para
esse equipamento flexivel, nao existem
formas ou ajustes preestabelecidos;
ele obedecera as instruções contidas
no G-Code correspondente, possi-
bilitando assim um altissimo grau de
personalizaço ou customizaço.
2.2 Os robôs industriais
Da mesma forma que as demais
tecnologias e maquinas de comando
numerico computadorizado, a invenço
dos robos industriais nao e derivada do
desenvolvimento de tecnologias recen-
tes. Ainda em 1954 foi depositada a pa-
tente do que viria a se tornar, em 1959,
o primeiro robo industrial, o
Unimate
(The International Federation of Robo-
tics
, 2012). Pesando duas toneladas e
dotado de atuadores hidraulicos, o
Uni-
mate
restringia-se a movimentar partes
mecânicas entre linhas de montagem.
Ainda no final da decada de 1960
espalham-se pela industria automotiva os
bracos roboticos, cuja versatilidade, so-
mada a capacidade de seguir com pre-
cisão caminhos predefinidos no espaco,
propicia o uso desses equipamentos em
tarefas mais sofisticadas, como a monta-
gem e solda de componentes. A primeira
linha de montagem a adotar uma serie de
bracos roboticos programaveis Unimate
foi a fabrica de automoveis da GM
(Ge-
neral Motors)
em Lordstown (Ohio, EUA),
onde em 1969 as maquinas assumiram o
lugar de trabalhadores humanos nas pe-
rigosas tarefas de forja e fundiço.
Em 1973 ja passava de três mil
o numero de robos industriais em
operaço. Em 2013, exatamente quaren-
ta anos depois, esse numero alcançava
um milhão e seiscentas mil unidades.
O avanco desses números trouxe uma
inevitavel queda de precos que, aliada ao
desenvolvimento de novas capacidades
da ferramenta, levou a uma ampla difusao
de seu uso em outras indústrias alem da
automotiva, tais como: eletroeletronica,
quimica e de comunicaço.
Atualmente esses equipamentos,
extremamente flexiveis, ja nao sao vis-
tos exclusivamente em seu ambien-
te de origem, as linhas de montagem
automobilisticas. Grandes instituições
de ensino e pesquisa na Europa, Ásia
e Estados Unidos utilizam robos indus-
triais de seis ou sete eixos em suas
pesquisas sobre a construço de geo-
metrias avancadas.
ETH (Swiss Federal
Institute of Technology in Zurich)
,
MIT
(Massachusetts Institute of Technology)
,
TU Delft (Delft University of Technology)
,
University of Cambridge
, Tsinghua Uni-
versity (China), Universität Stuttgart e
SCI-Arc (Southern California Institute of
Architecture)
sao apenas algumas refe-
rências de uma longa lista de mais de
quarenta instituições onde o uso dessas
ferramentas já faz parte do dia-a-dia.
Apesar disso, uma das grandes
barreiras para a disseminação mais ge-
neralizada do uso dessas ferramentas
digitais, no caso especifico dos robos,
e o fato dessas máquinas ainda serem
relativamente perigosas e seu uso re-
querer uma serie de precauções e prote-
ções para que se evitem acidentes com
seres humanos nas linhas de produço,
os quais podem ser fatais.
Desde o comeco dos anos 2010, o
3
G-C
ode
ou
C
ódigo
G,
em
português
,
e
uma
linguagem
de
programaço
simples
,
criada
no
M
assachusetts
I
nstitute
of
T
echnology
(MIT)
e
utilizada
desde
a
decada
de
1950
no
controle
de máuinas
de
comando
numerico
. E
mbora
seja
chamada
de
linguagem
de
programaço
,
seu
uso
nao
permite maiores
encadeamentos
lógicos
,
como
em
uma
linguagem
de mais
alto
nivel
,
restringindo
-
se
a
passar
para
a máuina
instruções
referentes
ao
seu
posicionamento
no
espaco
,
velocidades
,
avancos
e
outras
caracteristicas
especificas
do
equipamento
utilizado
.
u
Figura 2
Ilustração do sistema construtivo
“Contour Crafting”
baseado na extrusa
̃
o
de material cimentício
Fonte:
-
automated-construction-methodology-top-honors (15/10/16)
1...,14,15,16,17,18,19,20,21,22,23 25,26,27,28,29,30,31,32,33,34,...100
Powered by FlippingBook