Revista Concreto & Construções - edição 85 - page 17

CONCRETO & Construções | 17
ATÉ HOJE TRATAM O SISTEMA QUE OS
ALEMÃES USAVAM EM 1945 E QUE, NO
BRASIL, SE USA DESDE 1997 COMO UM
SISTEMA INOVADOR
validar e dimensionar os prédios
que seriam feitos aqui no Brasil.
Aliás, somente hoje, em 2017, é
que viemos a ter uma normalização
sobre o assunto, através da norma
NBR 16475, que está para ser
publicada, aguardando a conclusão
e publicação da NBR 9062 (Norma
de Pré-moldados), uma vez que
existe vínculo das duas normas.
Quando apresentamos para as
construtoras e órgãos públicos,
existiram muitos questionamentos
– se as paredes de concreto
teriam o mesmo desempenho das
paredes de “tijolo”. Foi preciso
construir um protótipo para
mostrar que o sistema tinha o
mesmo desempenho. Também é
incrível que até hoje se enfrente
a dificuldade de ter que aprovar
em todos os órgãos, dizendo
que o sistema, há 40 anos no
país, precisa mostrar que tem o
mesmo desempenho dos prédios
de “tijolinho” (agora, alvenaria).
Até hoje tratam o sistema que os
alemães usavam em 1945 e que, no
Brasil, se usa desde 1977 como um
sistema inovador.
Outro problema que aconteceu, este
real e com transtornos, foi com a
infiltração de água, pois, apesar de
o sistema de painéis portantes ter
sofrido uma certa “tropicalização”
na Colômbia, por lá chovia muito
pouco e não existia preocupação
com relação à infiltração. No primeiro
prédio construído com o sistema, a
água infiltrada era tirada com balde.
A solução foi buscar sistemas de
juntas com complexos controles de
penetração de água, algo que levou
uns 5 anos para ser completamente
resolvido e que contou com valiosa
ajuda do professor Fernando
Henrique Sabattini na definição da
geometria da gola (elemento de junta
horizontal que separa os painéis de
dois andares, no nível da laje).
IBRACON
– A
tualmente
o
sistema
PPPM
está
bem
resolvido
em
termos
da
racionalização
da
construção
? O
que
falta
avançar
para
que
o
sistema
se
torne
mais
produtivo
,
econômico
e
sustentável
?
A
ntonio
P
edreira
de
F
reitas
– Falta
ainda avançar em custo, principalmente
o custo de implantação. É um
sistema muito rápido, com baixíssima
quantidade de mão de obra, mas que
exige um custo de implantação grande,
pois não existem grandes indústrias
de prefabricadores que produzem o
painel e o comercializam. Assim, se
faz necessário montar uma usina de
pré-moldados, com características
de indústria para viabilizar o sistema.
Com isso, só se viabiliza para grandes
quantidades.
Acredito ainda que, algo que escuto
há muito tempo e que sofri quando
tinha a minha indústria de pré-
fabricados (a Tangram), a questão
dos impostos continua um problema
sério. Com taxações que praticamente
inviabilizam o uso de pré-fabricados
para edifícios residenciais.
Incrível como, no Brasil, não há por
parte do governo um incentivo à
industrialização; pelo contrário, com
as taxações se incentiva o uso de
mais mão de obra.
IBRACON
– Q
uais
têm
sido
as
barreiras
para
uma
maior
Desenho esquemático ilustrando a junta horizontal no encontro de dois
painéis de andares sucessivos
1...,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16 18,19,20,21,22,23,24,25,26,27,...100
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