74 | CONCRETO & Construções
projeto estrutural, recomenda-se que a
definição do método e sequenciamen-
to executivo seja tratado concomitante-
mente ao projeto, de modo a possibilitar
a previsão de juntas de concretagem e
armaduras de espera, e evitar a neces-
sidade de adequações durante a etapa
de construção.
Durante a fase de execução, os
modelos BIM desenvolvidos nas fa-
ses de projeto e preparação podem
ser utilizados no apoio das atividades
de execução.
O uso de dispositivos móveis e de
armazenamento de dados baseados
na nuvem vem tornando o BIM cada
vez mais presente nos canteiros de
obras, auxiliando o acompanhamen-
to, controle tecnológico e medição
das atividades de produção, agili-
zando a comunicação entre equipes
locadas em campo e o projetista es-
trutural caso seja necessário dirimir
alguma dúvida.
A integração do modelo BIM a equi-
pamentos topográficos facilita a loca-
ção das estruturas na obra, tornando-
-as mais precisa e aderentes ao projeto,
e contribui para identificação de even-
tuais desvios que possam gerar esfor-
ços não previstos e, posteriormente, o
surgimento de patologias estruturais.
O emprego da fabricação digital,
processo no qual a informação digital,
contida no modelo BIM é usada com
objetivo de facilitar a fabricação ou
montagem de produtos de construção
(COMPUTER..., 2011), aliada a maior
confiabilidade proporcionada pelo BIM,
contribuem para aumentar o grau de in-
dustrialização e pré-fabricação.
Destaca-se também o uso de equi-
pamento
Laser Scanning
no levanta-
mento de dados para obras de amplia-
ção e reforço estrutural, sobretudo em
ambientes agressivos e locais de difícil
acesso, como obras de arte especiais.
De modo a viabilizar o uso do mo-
delo estrutural BIM ao longo de sua
cadeia produtiva torna-se fundamen-
tal a prévia definição dos objetivos e
propósitos de uso do modelo. A clara
definição dos objetivos e necessida-
des, desde suas etapas iniciais, permi-
te maximizar os resultados obtidos e
atender aos agentes atuantes à jusan-
te do processo.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O auxílio de ferramentas BIM no de-
senvolvimento dos projetos estruturais
permite ao projetista focar esforços na
concepção estrutural, reduzindo o es-
forço inicial necessário à interpretação
de desenhos 2D e ao intercâmbio de
dados entre diferentes sistemas compu-
tacionais, resultando em projetos mais
econômicos e com maior qualidade.
Não obstante aos benefícios pro-
porcionados pela visualização tridi-
mensional, coordenação espacial 3D
e maior automação nas atividades de
documentação e quantificação, de-
vem-se ter em conta os impactos que
o BIM promove ao longo da cadeia
produtiva, os quais transcendem seu
aspecto tecnológico.
O uso do processo BIM fomenta um
novo fluxo de trabalho, integrado e co-
laborativo, auxilia a promover maior in-
tegração entre os agentes atuantes na
indústria AEC e contribui para reduzir
incertezas, omissões e problemas de
interface que ocasionam retrabalhos e
o aumento de custos e prazos do pro-
jeto e construção.
Assim como já ocorrido em alguns
países, a exigência de uso do BIM
torna-se a cada dia uma realidade no
contexto brasileiro. Iniciativas realizadas
por órgãos públicos e privados tendem
a impulsionar o mercado brasileiro na
implantação do BIM.
[01] COMPUTER INTEGRATED CONSTRUCTION RESEARCH PROGRAM. BIM Project Execution Planning Guide - Version 2.1. University Park, Pa, USA: The Pennsylvania
State University, 2011. 134 p.
[02] FERREIRA, R. C.; SANTOS, E. T. Limitações da representação 2D na compatibilização espacial em projetos de edifícios e a aposta no CAD 3D como solução.
In ENCONTRO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL, 3., Porto Alegre, 11 e 12 de julho de 2007. Anais. Porto Alegre:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2007. 10 p., 1 CD-ROM.
[03] GOES, R. H. T. B. Compatibilização de projetos com a utilização de ferramentas BIM. 2011. 142p. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do
Estado de São Paulo, São Paulo, 2011.
[04] MARTHA, L. F. Análise de Estruturas: Conceitos e Métodos Básicos. Rio de Janeiro: Editora Campus/Elsevier, Rio de Janeiro, RJ, 524p., ISBN 978-85-352-3455-8, 2010.
[05] NATIONAL INSTITUTE OF BUILDING SCIENCES (NIBS). United States Nation Building Information Modeling Standard: Version 1- Part 1: Overview, Principles, and
Methodologies. [S.l.], 2007. 182 p.
[06] NEMETSCHEK. Nemetschek Structural User Contest: Inspirations in Engineering, 2013. [S.l]: 2013. 271 p. Disponível em: <
>.
Acesso em: 02 nov. 2016.
[07] SUCCAR, B. Building Information Modelling Framework: a research and delivery foundation for industry stakeholders. Automation in Construction, v. 18, n. 3, p.
357-375, 2009.
[08] TRIMBLE BUILDINGS. Vico Office introduction: Training manual. [S.l.:s.n.], 2016. 110p.
u
R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S