Revista Concreto & Construções - edição 92 - page 68

68 | CONCRETO & Construções | Ed. 93 | Jan – Mar • 2019
(TRef), com fibras (TFibras) e com malha
geossintética (TGeo). A Tabela 5 apre-
senta os resultados encontrados.
Os resultados apontam que, tanto
a inserção das fibras quanto a inclusão
da malha geossintética na placa, po-
dem reduzir a capacidade de percola-
ção da água em torno de 7%.
Segundo a ABNT NBR 16416:2015,
o pavimento permeável, indepen-
dentemente do tipo de revestimento
adotado, deve apresentar, quando
recém-construído, coeficiente de per-
meabilidade maior que 10
-3
m/s. Este
requisito deve ser avaliado em campo
após a execução do pavimento, pelo
método descrito no Anexo A da norma
citada. No entanto, o ensaio desenvol-
vido no laboratório não estava estru-
turado com revestimento, camada de
assentamento e base. Neste sentido, o
ensaio permitiu apenas a verificação da
interferência do reforço à capacidade
de drenagem do concreto permeável.
4. CONCLUSÃO
Os resultados alcançados nos en-
saios realizados atendem a ABNT NBR
15805: 2015, para a aplicação de pisos
elevados de concreto permeável.
A utilização de adição, tanto de fibra
ao concreto como de malha geossinté-
tica à placa, se mostrou muito vantajo-
sa. A adição de fibras de polipropileno
proporcionou um aumento significativo
da resistência à compressão axial e da
resistência à tração na flexão.
Um aspecto importante a ser des-
tacado é que as placas com adição de
fibras e com a inserção da armadura
de polietileno não apresentaram ruptu-
ra brusca, o que é fundamental para a
segurança de utilização de placas em
pisos elevados.
Em relação à permeabilidade do con-
creto, a adição de fibras e a utilização de
uma armadura não demonstraram signi-
ficativa diminuição da sua drenabilidade.
Os pisos elevados de concreto permeá-
vel são possíveis de serem construídos, per-
mitindo assim a coleta de água pluvial.
O aumento da resistência à tração
na flexão, atingindo valores superiores
ao especificado pela NBR 16416: 2015,
permitirá um dimensionamento mais es-
belto das camadas de pavimentação,
proporcionando uma ampliação do uso
do concreto permeável e, consequente-
mente, uma redução das áreas imper-
meabilizadas em regiões urbanizadas.
5. AGRADECIMENTOS
À FAPESP pelo projeto de Auxilio
a Pesquisa 2014/20486-8 e a CAPES
pela bolsa de mestrado.
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Mater. vol.11 no.5 São Paulo Sept./Oct. 2018
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R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S
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Tabela 4 – Resultados de permeabilidade
Carga constante (cm/s)
Média
Carga constante (cm/s)
CPs
Referência
Fibra
Referência
Fibra
1
0.15
0.146
0.15
0.145
2
0.15
0.145
0.15
0.145
u
Tabela 5 – Resultados
de permeabilidade
Placas
ASTM
C1701
(Cm/s)
NCAT
(Cm/s)
T
Ref
0.83
0.67
T
Geo
0.77
0.50
T
Fibra
0.76
0.66
1...,58,59,60,61,62,63,64,65,66,67 69,70,71,72,73,74,75,76,77,78,...88
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