30 | CONCRETO & Construções | Ed. 93 | Jan – Mar • 2019
u
estruturas em detalhes
Aplicação de conceitos
da indústria 4.0
na construção civil
H
oje, o termo “indústria da
construção civil” já se tor-
nou bastante comum. Por-
tanto, a construção civil deve acompa-
nhar esse movimento de inovação que
já está atingindo toda a indústria mun-
dial. Neste artigo, é apresentado um
sistema computacional voltado para a
gestão da produção de estruturas da
construção civil, que utiliza diversos
conceitos que compõe a filosofia da In-
dústria 4.0.
1. INDÚSTRIA 4.0: O QUE É?
O termo Indústria 4.0 tem origem
em um trabalho de um grupo de en-
genheiros alemães, coordenados pelos
engenheiros Siegfried Dais e Henning
Kagermann, que, em 2012, apresen-
tou um relatório de recomendações ao
governo alemão, planejando a imple-
mentação e desenvolvimento da cha-
mada “Indústria 4.0” (FIA-Fundação Ins-
tituto de Administração, disponível em
/
).
Segundo esse relatório, a quarta revo-
lução industrial vai causar um impacto
exponencial e profundo nas atividades
econômicas, muito maior que as revo-
luções anteriores.
Resumidamente, as Revoluções In-
dustriais foram marcadas pelas seguin-
tes características:
u
1ª – (fim do séc. XVIII): Surgimento
das linhas de montagem. Mecaniza-
ção da produção. Uso intensivo do
carvão, vapor e ferro.
u
2ª – (meados do séc. XIX): Intro-
dução da eletricidade, química e
petróleo nos processos industriais.
Massificação da manufatura e de-
senvolvimento de tecnologias.
u
3ª – (segunda metade do séc. XX):
Introdução da automação e de pro-
cessos de informação, tendo como
consequências a elevação da ren-
da do trabalhador e a competição
tecnológica.
u
4ª – (a partir de 2000): Fusão do
meio físico, digital e biológico.
Essa fusão será feita a partir de no-
vas tecnologias e de sua integração,
entre elas:
u
Manufatura Aditiva (Impressão
3D): Fabricação e montagem de
objetos a partir de várias peças;
u
Inteligência Artificial (IA): tec-
nologias que simulam a capacidade
humana de resolver problemas e
tomar decisões, automatizando di-
versos processos;
u
Internet das Coisas (IoT): objetos
conectados à Internet, podendo to-
mar ações coordenadas;
u
Computação em nuvem: acesso e
processamento de informações, a
partir de servidores localizados em
várias partes do mundo, a qualquer
hora e de qualquer lugar;
u
Biologia Sintética (SynBio): cons-
trução ou redesenho de elementos
ou sistemas biológicos (enzimas,
células, circuitos genéticos, etc), a
partir da convergência dos novos
conhecimentos nas áreas da quími-
ca, biologia, ciência da computação
e engenharia;
u
Sistemas Ciber-Físicos (CPS): Si-
mulação de processos físicos em
meios digitais.
O grande desafio para as indústrias
é a necessidade de transformar suas
atividades hoje e, paralelamente, criar
a indústria do futuro, que é a chamada
Estratégia Dual. Dentro dessa estraté-
gia, as indústrias:
u
Devem fazer uso mais eficiente de
seus recursos (físico, financeiros e
informacionais) para ter produtos e
serviços mais competitivos;
u
Devem promover a implantação de
novas tecnologias, se preparando
para o futuro.
MARCOS MONTEIRO – D
iretor
P
lanear
E
ngenharia