22 | CONCRETO & Construções | Ed. 93 | Jan – Mar • 2019
comissões de norma do concreto
pré-moldado e outras correlatas.
Quando a Abcic teve início em
2001, o primeiro tema em pauta foi
o desenvolvimento de um programa
de qualidade, que acabou sendo
denominado de Selo de Excelência
Abcic, englobando qualidade,
segurança e meio ambiente. Teve
uma referência importante no
modelo do programa americano do
PCI (
Precast/Prestressed Concrete
Institute
). Porém, nossa principal
norma a ABNT NBR 9062 Projeto e
Execução de Concreto Pré-moldado
era de 1985, estava desatualizada
e, comparada com o
Eurocode
, por
exemplo, trazia apenas informações
mínimas. A Abcic propôs sua
atualização, que já está na versão
2017. Não poderíamos implementar
um programa como o Selo sem
parâmetros que nos possibilitassem
uma avaliação consistente.
Tomamos muito cuidado, pois
normas internacionais precisam ser
referência, e não serem adotadas
na íntegra. Pode-se tomar como
exemplo a Europa, onde, apesar do
Eurocode ser adotado na íntegra
por alguns países, muitos mantêm
suas próprias normas, pois existem
aspectos a serem considerados que
diferem de um país para outro, como
o clima, fenômenos da natureza e
aspectos culturais, além de outros
fatores. A Abcic também propôs à
ABNT algumas normas específicas
para alguns produtos, como Lajes
Alveolares, Painéis e Estacas,
que, por especificidades ou maior
complexidade de produção ou
tipologias, requeriam maior atenção.
IBRACON
– C
omo
a
A
bcic
tem
atuado
em
relação
à
Q
ualidade
dos
P
ré
-
M
oldados
de
C
oncreto
? C
omo
agir
no
mercado
com
fabricantes
que
não
se
preocupam
em
atender
a
normas
e
causam
problemas
que
impactam
a
imagem
do
sistema
?
Í
ria
L
ícia
O
liva
D
oniak
– Na pergunta
anterior falei sobre as normas e o
Selo de Excelência, que é exigido,
conforme o estatuto da entidade
para empresas associadas. Demos
um prazo até o final de 2019, para
que todas as empresas associadas
integrem o programa, que é
avaliado por uma entidade de
terceira parte, o IFBQ (Instituto
Falcão Bauer da Qualidade).
Temos feito um esforço no sentido
de que todos participem do
programa. Não temos ação direta
sobre as empresas não associadas.
Quem impõe esta demanda é o
mercado, tanto a iniciativa pública
quanto a privada, contratante das
obras e que devem estabelecer
critérios de contratação que
englobem a qualidade.
Temos o dever de propor ou
estabelecer critérios através de
canais como as normas ABNT e o
selo. A responsabilidade técnica,
mencionada em nosso código
de conduta, é um papel de cada
empresa fazer cumprir e de cada
contratante exigir de seu fornecedor.
Critérios de qualificação do
fornecedor são fundamentais. Não é
possível continuarmos, como país,
comprando engenharia com uma
mesma lei que se aplica a materiais
de escritório, por exemplo, ou por
pregões. Medidas urgentes no
âmbito do poder público precisam
ser tomadas, pois se trata de um
problema estrutural e cultural, e não
somente do pré-fabricado.
IBRACON
–
A
lém
de
sua
atuação
em
entidades
nacionais
,
você
é
membro
do
P
residium
da
F
ederação
I
nternacional
do
C
oncreto
E
strutural
(
fib
)
e
das
comissões
6
e
9
da
fib
. D
e
que
forma
você
conquistou
essas
posições
na
fib
?
Q
uais
suas
atividades
em
cada
um
desses
colegiados
? P
or
que
é
importante
para
o
país
participar
de
uma
entidade
técnica
internacional
,
como
a
fib
?
Í
ria
L
ícia
O
liva
D
oniak
– A Abcic se
aproximou da
fib
em 2007, com o
objetivo de integrar a Comissão 6
de Estruturas Pré-Fabricadas de
Concreto, na qual muitos países
são representados e mantêm seus
profissionais trabalhando em prol do
desenvolvimento da pré-fabricação.
Em 2008, em conjunto com a ABECE
(Associação Brasileira de Consultoria e
Engenharia Estrutural), restabelecemos
o Grupo Nacional Brasileiro junto à
fib
, que, no passado, havia sido muito
atuante através de profissionais, como
o Prof. Augusto Carlos Vasconcelos
RESPONSABILIDADE TÉCNICA, MENCIONADA
EM NOSSO CÓDIGO DE CONDUTA, É UM PAPEL DE
CADA EMPRESA FAZER CUMPRIR E DE CADA
CONTRATANTE EXIGIR DE SEU FORNECEDOR
“