24 | CONCRETO & Construções | Ed. 93 | Jan – Mar • 2019
INDUSTRIALIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO PARA NOVOS EMPREENDIMENTOS
E O PLANEJAMENTO DE MANUTENÇÃO DAS ESTRUTURAS EXISTENTES,
IMPEDINDO QUE ACIDENTES E DESASTRES DE GRANDES PROPORÇÕES,
COMO O QUE ESTAMOS VIVENCIANDO NESTES DIAS, SERÃO FUNDAMENTAIS
“
com importantes especialistas
internacionais, como o Prof. Hugo
Corres e Eng. David Fernández
Ordónez (Espanha), Prof. Kim Elliot
(Inglaterra), Prof. Arnold Van Acker
(falecido em janeiro deste ano), Eng.
Stef Maas (Bélgica), Prof. Marco
Menegotto (Itália), Prof. Aurélio Muttoni
(Suiça), Akio Kasuga e Koji Sakai
(Japão), Larbi Sennour (USA), entre
outros, que têm se disposto a estar
conosco e contribuir em nossas ações.
Através dos relacionamentos, da
comissão 6 da fib, tive também a
oportunidade de ser convidada
pelo então presidente do PCI –
USA (
Precast/Prestressed Institute
)
James Toscas, hoje presidente da
PCA (
Portland Cement Association
)
a “estagiar” por um mês na sede
em Chicago , o que possibilitou
compreender as ações institucionais
e desenvolvimento da pré-fabricação
em concreto.
IBRACON
– V
ocê
tem
viajado
bastante
para
o
exterior
e
visitado
plantas
de
pré
-
moldados
das
mais
desenvolvidas
do
mundo
. E
m
relação
a
elas
,
o
que
eventualmente
falta
para
nossas
empresas
se
igualarem
em
termos
de
equipamentos
,
automação
,
procedimentos
,
logística
,
capacitação
de
pessoal
etc
.?
Í
ria
L
ícia
O
liva
D
oniak
– Em termos
de produto, em relação ao que
o mercado brasileiro demanda,
estamos atualizados. Evidentemente,
como temos ainda um custo de
mão de obra menor, principalmente
quando comparados à Europa,
temos um grau de automação
também muito menor. Temos
procurado conhecer e implementar
novas tecnologias e, mesmo em
tempos de crise, nossos empresários
têm investido. Porém, muitos planos
de investimento tiveram que ser
postergados com a crise, pois
incrementar maior produtividade
dentro da indústria também exige
demanda. Recentemente demos a
solução necessária e ágil a todas
as demandas que bateram à
nossa porta: aeroportos, estádios,
equipamentos olímpicos, BRTs,
metrô, escolas, além das usuais
e já consolidadas - shopping,
centros de distribuição e logística,
hipermercados. O Prêmio Obra do
Ano 2018 da Abcic foi um exemplo
importante pela diversidade de
aplicações que apresentou nas
distintas categorias. Em termos de
soluções, creio que podemos nos
desenvolver muito ainda nas áreas
de infraestrutura viária e painéis de
fachada. Especialmente, em painéis,
na Europa, existem soluções com
acabamentos, incluindo esquadrias,
muito interessantes, mas que
ainda não se viabilizam no Brasil,
pois são produtos de alto valor
agregado. Em nosso país ainda
é necessário vencer a cultura do
preço e analisar a viabilidade no
modelo custo vs benefício. Em
termos de evolução tecnológica,
ela passa necessariamente pela
tecnologia de concreto e concretos
especiais, incluindo o UHPC (
ultra
high performance concrete
), que
tem sido pauta de nossos últimos
eventos. Estamos nos preparando
para a nossa 7ª Missão Técnica:
Japão e Feira de Bauma (Munique),
que para nosso setor é a principal
feira internacional. Temos que nos
manter alinhados com as tendências
mundiais e com a normalização
preparada para dar suporte aos
novos desenvolvimentos. Na indústria
hoje 66,7% das empresas trabalham
com o concreto autoadensável,
por exemplo, mostrando que um
ambiente extremamente favorável à
inovação é característico do setor.
IBRACON
– Q
uais
as
perspectivas
que
você
vê
para
a
indústria
do
pré
-
moldado
para
2019? O
novo
governo
traz
esperanças
positivas
?
Í
ria
L
ícia
O
liva
D
oniak
– O mercado
iniciou mais aquecido do que
nos dois últimos anos. O setor
prevê recuperar o volume de
produção parcialmente em 2019.
É fundamental para o país e para
o nosso negócio que a reforma
da previdência seja aprovada e
também as questões de ordem
tributária sejam adequadamente
tratadas. A segurança jurídica será
outro aspecto fundamental que
atrairá novos investimentos. As
esperanças positivas não dependem
somente de um novo governo,