20 | CONCRETO & Construções | Ed. 93 | Jan – Mar • 2019
No ano de conclusão do curso
de engenharia, fui apresentada
ao engenheiro Jorge Hiroshi Aoki,
hoje atuando na Cimento Itambé,
mas, na época, Diretor Técnico da
Usimix, uma empresa de concreto
usinado, com filiais no Sul do país
e em São Paulo. Ele me ofereceu
um estágio. Ao me formar, passei
a ter o laboratório central sob
minha responsabilidade, de onde
saia todo o controle de qualidade
das 16 usinas. Nesta época tive
que aprender muito, não somente
sobre o concreto, mas sobre
pessoas e processos. Andava
com o livro dos professores Paulo
Helene e Paulo Terzian debaixo do
braço, sendo a tabela dos fatores
que influenciam a resistência do
concreto, com base no diagrama
de Ishikawa, o meu norte. Aprendi
muito sobre centrais, equipamentos,
logística, controle do concreto
com o Jorge. Juntos, estruturamos
um trabalho fantástico. Dois anos
depois, fui convidada a trabalhar na
Votorantim e tive a oportunidade de
conviver com profissionais técnicos
excelentes. Meu trabalho era voltado
principalmente ao desenvolvimento
de novas tecnologias, como o pré-
fabricado de concreto, a alvenaria
estrutural, as barragens de concreto
compactado com rolo e o pavimento
rígido. Posteriormente desenvolvi
trabalhos com argamassas
industrializadas e cimentos especiais,
como os resistentes a sulfatos.
Tive a oportunidade de trabalhar e
interagir com consultores de renome,
como Paulo Helene, Francisco
Holanda e Vladimir Paulon. Foram
oportunidades fantásticas que muito
agregaram à minha formação. Mas
foi uma época também de aprender
algo além da técnica e passar a ter
uma visão de gestão. Por isso, me
integrei ao trabalho da Diretoria da
Cia de Cimento Portland Rio Branco,
sob liderança do engenheiro Luiz
Vilar de Carvalho, com interfaces em
São Paulo com o Dr. Renato Giusti,
que mais tarde também assumiu a
presidência da ABCP (Associação
Brasileira de Cimento Portland).
Com o engenheiro Vilar aprendi
o que ele sempre denominava de
“Visão Sistêmica”, ao sintetizar as
informações e focar no essencial.
Nesta época também integrava a
equipe de facilitadores e auditores
internos da ISO 9001 da empresa,
o que posteriormente permitiu me
qualificar como auditora-líder junto
ao BVQI (
Bureau Veritas Quallity
International
). Neste período,
trabalhava e lia incansavelmente
Juran, Deming, Crosby, a filosofia
dos grandes “gurus” da qualidade,
além de atuar na minha área
específica. Em 1997, com minha
filha já com três anos, decidi que
iria parar e me dedicar a um projeto
de vida acadêmica, fazendo o
mestrado, pois, como viajava muito
a trabalho, ainda não tinha sido
possível. No entanto, em função
de algumas oportunidades, acabei
iniciando um trabalho de consultoria
com algumas empresas, entre elas
a Cassol Pré-Fabricados, e também
atuando junto ao BVQI, nas muitas
auditorias do SIAC/PBQP-h (Sistema
de Avaliação da Conformidade de
Serviços e Obras/Programa Brasileiro
de Qualidade e Produtividade do
Habitat) e ISO no mercado imobiliário
e em grandes obras. Em 2001,
incubada pela ABCP, foi fundada
a ABCIC (Associação Brasileira
da Construção Industrializada de
Concreto), que, em 2003, começou
a estruturar seu Selo de Excelência,
cujo “petit comite” passei a integrar,
representando a Cassol, empresa
cliente de meus serviços de
consultoria. A associação estava
crescendo, com uma proposição
importante de aprimoramento técnico
do setor, onde passei também a
atuar como consultora da entidade,
até que recebi a proposta de ficar
integralmente para profissionalizar
a entidade e a condução do setor.
Pensei à respeito e vislumbrei a
oportunidade de, mais do que um
trabalho, assumir uma missão,
na qual poderia aplicar todos
os conhecimentos oriundos da
formação eclética que havia tido a
oportunidade de estruturar ao longo
da minha vida profissional. E isto já
faz 10 anos!
IBRACON
– N
o
âmbito
nacional
você
tem
militado
não
somente
em
entidades
EM 2001, INCUBADA PELA ABCP, FOI FUNDADA A
ABCIC (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO
INDUSTRIALIZADA DE CONCRETO), QUE, EM 2003,
COMEÇOU A ESTRUTURAR SEU SELO DE EXCELÊNCIA
“