Revista Concreto & Construções - edição 82 - page 23

CONCRETO & Construções | 23
u
estruturas em detalhes
Reforços de estruturas de
concreto armado: um resumo
das alternativas disponíveis
1. INTRODUÇÃO
O
concreto armado foi um dos
grandes responsáveis pe-
las admiráveis conquistas
da civilização humana principalmente a
partir do início do século XX. Esse sis-
tema construtivo permitiu a materializa-
ção de estruturas que antes somente
existiam nos sonhos dos mais ousa-
dos engenheiros. Grandes vãos foram
superados, estruturas massivas foram
implantadas, as edificações receberam
curvas e movimentos nunca antes per-
mitidos pelos materiais convencionais
que eram utilizados até o seu advento.
Os arranha-céus disputaram metro a
metro a sua hegemonia, e o sonho do
prédio de um quilômetro de altura está
prestes a ser alcançado. Como vivemos
em uma sociedade em que o comércio
e a indústria exibem dinamismo e re-
novação constantes, a necessidade da
adaptação estrutural das edificações
existentes às novas demandas, muitas
vezes refletidas em atualizações em re-
visões de normas técnicas, passou a
ser uma atividade relevante e muito so-
licitada. A execução de um reforço em
uma estrutura para adequá-la a novas
demandas é chamada de reabilitação
estrutural. Este artigo trata somente das
atividades direcionadas ao reforço es-
trutural, não abordando as atividades de
reabilitação estrutural que, muitas vezes,
é uma etapa complementar à implanta-
ção do reforço propriamente dito.
2. REFORÇO ESTRUTURAL
A reabilitação estrutural de modo
geral consiste em adaptar a estrutura
existente para novas condições de tra-
balho ou mudanças de finalidade e uti-
lização. Na maioria das vezes, a reabili-
tação leva à necessidade de execução
de um reforço estrutural.
Os motivos que recomendam o re-
forço estrutural podem resultar da mu-
dança de destinação e uso, a atuação
de novos carregamentos, a adaptação
para efeitos sísmicos, mudanças nas
normas técnicas, exigências de com-
panhias de seguro, etc.
As necessidades de reforço po-
dem ser localizadas ou generalizadas,
de pequena magnitude ou exigindo
transformações radicais. Dentro desse
intervalo pode-se classificar os reforços
segundo duas ordens de magnitude:
u
estruturas que podem ser reforça-
das com a inclusão e adequação
de novos materiais e pequenas al-
terações de massa e forma (refor-
ços leves).
u
estruturas que, para serem reforça-
das, exigem a introdução de novos
esforços e/ou a redistribuição dos
existentes, geralmente acompanha-
da de alterações sensíveis de mas-
sa e aparência (reforços pesados).
O fundamento teórico para o
dimensionamento dos reforços leves
ou pesados é a obediência ao equilíbrio
de tensões e de deformações confor-
me Figura1.
O equilíbrio interno das forças é sa-
tisfeito se, e somente se, o momento
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Figura 1
Critério do equilíbrio das tensões e deformações atuantes
1...,13,14,15,16,17,18,19,20,21,22 24,25,26,27,28,29,30,31,32,33,...100
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