Revista Concreto & Construções - edição 82 - page 17

CONCRETO & Construções | 17
Quanto às edificações, podemos dizer
que aquelas que pertencem à classe
média e alta, em geral estão bem
conservadas. Talvez o único pecado
associado a esta faixa da sociedade
é uma falta de cultura preventiva e
programada, visto que a manutenção,
na grande maioria dos casos, é
relegada ao último plano, dentro
daquela filosofia de que “quando
quebrar, não funcionar ou ficar com
aspecto muito ruim toma-se uma
providência”. O correto seria haver
uma manutenção com intervenções
ou observações programadas, através
de um manual próprio para cada
edificação e com uma assistência, em
termos gerais, por parte do
poder público.
Mas, sem dúvida, o maior problema
está em nível governamental, onde
o caso é do tipo “pronto socorro”:
a grande maioria dos casos chega
quando o paciente já faleceu e, nesse
caso, não é uma pessoa ou família
que sofre o impacto dessa falta de
cultura conservacionista, mas é a
grande massa da população, que
depende da infraestrutura pública
em bom estado e funcionando
adequadamente para servi-la.
A cultura conservacionista começa
com a normatização adequada, leis
bem definidas e sanções rigorosas
para quem não as cumpre, bem como
com investimento correto e adequado
do poder público, com licitações
para os serviços de manutenção. E
manutenção das obras deve visar
à qualidade dos serviços, não aos
menores preços, nem à obtenção de
vantagens particulares ou desvios de
recursos públicos, o que esvazia as
finanças governamentais e “entrega”
serviços mal executados
à comunidade.
IBRACON
– Q
uais
as
principais
etapas
,
procedimentos
e
ensaios
envolvidos
na
recuperação
de
estruturas
deterioradas
?
A
ntonio
C
armona
F
ilho
– As etapas
ideais para realizar um trabalho de
recuperação quando se observa um
dano são as seguintes:
u
Definir, em função da experiência,
através de uma visita à obra, a
importância e periculosidade
dos danos;
u
Verificar se existem danos que
não foram observados e/ou não
informados pelo cliente;
u
Decidir, em função do observado,
se é o caso de se realizar uma
intervenção emergencial, como
um reparo ou reforço rápido ou
um escoramento (lembrando
sempre que, posteriormente,
devem ser definidas as próximas
intervenções);
u
Realizar uma coleta de informações
que caracterizem melhor as causas
dos danos (todos os projetos,
controle de qualidade da obra,
informar-se sobre quais foram os
profissionais projetistas, qual a
construtora executora da obra,
quem gerenciou a obra, livro de
anotações de obra, etc...);
u
Realizar ensaios de campo e
laboratoriais, além de cálculos
adicionais, para estabelecer com
clareza a origem dos danos;
u
A partir dos elementos
disponíveis, definir a causa
dos danos e definir a melhor
abordagem para corrigi-la;
u
Detalhar métodos, materiais e
forma de eliminar a origem dos
danos, por meio de reparos e
reforços estruturais, de acordo com
cada caso;
u
Produzir, além da especificação
detalhada com desenhos, as
planilhas de quantidades para que
seja possível a cotação de preços
dentro de uma base única;
u
Implementar a obra necessária
para eliminar a origem dos danos
e os reparos necessários - essa
O CORRETO SERIA HAVER UMA MANUTENÇÃO COM
INTERVENÇÕES OU OBSERVAÇÕES PROGRAMADAS, ATRAVÉS
DE UM MANUAL PRÓPRIO PARA CADA EDIFICAÇÃO E COM UMA
ASSISTÊNCIA POR PARTE DO PODER PÚBLICO
Ensaio de potencial elétrico
de corrosão em elemento de
concreto armado
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