Revista Concreto & Construções - edição 82 - page 15

CONCRETO & Construções | 15
NAQUELES DIAS [DÉCADA DE 1970], O POSSÍVEL
EM TERMOS DE REPARO E REFORÇO ERA O AUMENTO
DE SEÇÃO DA ESTRUTURA OU A UTILIZAÇÃO
DE CHAPAS METÁLICAS COLADAS
tive muito interesse por assuntos
teórico-práticos, como a engenharia
civil, a física e a matemática.
Matriculei-me no Mackenzie em 1963,
quando eram admitidos apenas 120
alunos, no curso de Engenharia Civil.
Na minha vida estudantil nunca tive
dúvidas de que queria conhecer bem
e trabalhar na área de estruturas. Por
isso, nos dois últimos anos do curso,
cursei as disciplinas com ênfase em
estruturas.
Nessa época, eu já era estagiário no
Escritório Técnico Arthur Luiz Pitta,
empresa de projetos estruturais cujo
titular era meu professor na disciplina
de concreto. Lá fiquei de 1967 até
1975, quando parti para minha carreira
de empresário, fundando a empresa
Exata Engenharia e Assessoria Ltda.
Desde então, comecei a tomar
conhecimento e me interessar pelos
materiais de alto desempenho. Os
conhecimentos nesta área na época
eram totalmente incipientes no Brasil e
embasados na bibliografia estrangeira,
principalmente nos livros do professor
Manuel Fernandez Cánovas e nos
trabalhos e artigos editados pelo
professor Paulo Helene. Apaixonei-me
pelo tema e comecei a fazer reparos
e, principalmente, reforços estruturais
para obras de alguns clientes.
Naqueles dias, o possível em termos
de reparo e reforço era o aumento de
seção da estrutura ou a utilização de
chapas metálicas coladas.
O Professor Cánovas foi convidado
pelo seu ex-aluno no Instituto Eduardo
Torroja, em Madrid, na Espanha,
Professor Paulo Helene, para ministrar
um curso de patologia das estruturas
na Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo. Nesta oportunidade,
o professor Cánovas convidou-me
para fazer o curso na Espanha. Em
1985, com grande sacrifício pessoal
e familiar, parti para a Espanha,
com esposa e três filhos, e realizei
o
Curso de Estudos Mayores de la
Construcción
. Nascia uma amizade
muito intensa e profícua com o Prof.
Cánovas, que perdura até hoje.
Para adquirir grande quantidade de
conhecimentos num curto espaço
de tempo, realizei vários cursos
extracurriculares, como o curso de
pós-graduação em estruturas pré-
moldadas na
Escuela Tecnica Superior
da Universidade de Madrid
, onde
conheci os professores José Calavera
Ruiz e Álvaro Garcia Meseguer,
com os quais nutri também uma
profícua amizade. Infelizmente, o Prof.
Meseguer já é falecido.
Para entender melhor os processos
que acontecem nos materiais em
seus aspectos físicos e químicos,
ingressei no curso de pós-graduação
em engenharia de materiais, na
Escola de Engenharia Mackenzie, em
1992, sempre com olhos voltados
aos fenômenos que se desenvolvem
na área de recuperação e reforço.
Sinceramente estou convicto de
que foi uma escolha acertada, pois
consegui entender muitas coisas
que, para mim, eram obscuras e,
principalmente, tive uma melhor
noção de como se pode formular um
material, partindo das características
de seus constituintes.
Atualmente, juntamente com meus
três filhos (Thales, Tiago e Thomas),
que sempre me acompanharam
e auxiliaram durante toda a minha
vida, fundamos a empresa Carmona
Soluções de Engenharia Ltda, em
dezembro de 2015. Atuamos na
área de projetos de recuperação e
reforço, executamos também projetos
e consultoria para obras novas,
aliando nossa experiência prática e
conhecimento teórico.
IBRACON
– A
partir
de
sua
experiência
de mais
de
30
anos
na
área
de
patologia
e
recuperação
de
estruturas
,
é
possível
indicar
quais
principais manifestações
patológicas
ocorrem
em
obras
de
edificações
,
de
infraestrutura
e
em
obras
de
arte
?
A
ntonio
C
armona
F
ilho
– As principais
manifestações que temos observado
em todos esses anos em obras de
edificação são as seguintes:
u
Corrosão das armaduras e de
peças em aço;
u
Fissuras nos elementos de
concreto e nos fechamentos,
principalmente alvenarias;
u
Manchas nos elementos das
edificações e;
u
Umidade e infiltrações.
IBRACON
– A
s
causas
das
patologias
têm
principalmente
qual
origem
,
no
1...,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14 16,17,18,19,20,21,22,23,24,25,...100
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