Revista Concreto & Construções - edição 78 - page 47

CONCRETO & Construções | 47
aproximadamente 11,08 cm
2
/m. A ar-
mação negativa da direção y foi consti-
tuída de barras de 12,5 mm a cada 10
cm, na região maciça, mais duas barras
de 12,5 mm provenientes de cada uma
das nervuras que atravessava a região
maciça, o que totalizou uma área de
aproximadamente 15,85 cm
2
/m.
A Figura 3 procura apresentar um de-
talhe das armaduras ativas adicionais das
regiões maciças junto aos pilares. Con-
forme pode-se observar, foi deixado um
nicho de madeira conectado à forma in-
ferior da laje, objetivando moldar o nicho
de entrada para o macaco de protensão,
isto é, a região de ancoragem ativa.
Junto às aberturas dos pilares fo-
ram ainda utilizados 3 grampos de 12,5
mm ao longo da altura do capitel, obje-
tivando efetuar o reforço das aberturas
efetuadas. A Figura 4 procura apresen-
tar um detalhe da região maciça, com
destaque para a região de ancoragem
ativa da “protensão chapéu” e as aber-
turas existentes junto à maior dimensão
dos pilares.
Para a laje do subsolo foram con-
sumidas 1076 cubetas inteiras e 29
meia cubetas plásticas, com consumo
de concreto classe C35 de 237,11 m
3
para uma planta de aproximadamente
989 m
2
. As cubetas utilizadas possuem
altura de 35 cm, sendo que a altura final
da laje nervurada foi de 40 cm (5 cm
de capa). A largura das nervuras variou
entre 12,5 cm na base e 22,5 cm no
topo, levando a uma largura média de
nervuras de 17,5 cm.
A laje nervurada do subsolo apre-
sentou peso próprio de 4,65 kN/m
2
na região nervurada, com um consu-
mo de concreto estimado em 0,186
m
3
/m
2
. No dimensionamento da laje,
considerou-se, além do peso próprio,
revestimento de 1,0 kN/m
2
, sobrecarga
de 2,0 kN/m
2
e cargas lineares decor-
rentes de paredes e fachadas de vidro.
Para a laje do subsolo foram consumi-
dos 15.215,05 kg de armadura passiva
(taxas de 15,38 kg/m
2
e 64,16 kg/m
3
) e
2.251,80 kg de armadura ativa (taxas
de 2,27 kg/m
2
e 9,49 kg/m
3
).
4. CONCLUSÕES
O presente artigo é uma revisão
dos métodos de verificação à punção,
com adaptações para os casos em
que há protensão dos capitéis e a pre-
sença de aberturas junto aos pilares, a
partir de um caso real de uma edifica-
ção em concreto armado/protendido
já construída.
Na falta de procedimentos norma-
tivos consensuais, procurou-se apli-
car as diretrizes contidas nos códi-
gos americano (ACI 318-11), europeu
(EC2:2004) e brasileiro (ABNT NBR
6118:2014) resumidos anteriormente.
Apesar das referidas normas aponta-
rem para um boa segurança para as
regiões sujeitas a aberturas, decidiu-se
aplicar uma protensão adicional (“pro-
tensão chapéu”) nas regiões maciças
e reforçar as aberturas com barras adi-
cionais de flexão, tendo-se vista a visí-
vel falta de consenso sobre o assunto.
Finalmente, também foram reali-
zadas na edificação provas de carga
nas lajes nervuradas, com valores de
carregamento em torno de 400 kg/m
2
,
o que permitiu concluir que a solução
adotada apresentou comportamento
apropriado. Portanto, a protensão lo-
calizada pode ser uma solução eficaz
no combate à punção de capitéis su-
jeitos a aberturas, exigindo-se apenas
trabalho adicional na confecção do
nichos de protensão junto aos capi-
téis e angulação apropriada dos cabos
de protensão.
u
Figura 3
Detalhe da ancoragem ativa
na região maciça do pilar P12
u
Figura 4
Detalhe da “protensão chapéu”
realizada nas regiões maciças
[01] AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. ACI 318 - Building Code Requirements for Structural Concrete. Farmington Hills, Michigan, 2011.
[02] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto. Rio de Janeiro, 2014.
[03] EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION. Eurocode 2: Design of concrete structures – Part 1-1: General rules and rules for buildings. European Standard
EN 1992-1-1Brussels, 2004.
[04] FEDERATION FOR STRUCTURAL CONCRETE (fib) Model Code 2010, First complete draft, 2 vol., Lausanne, 2010.
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R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S
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