Revista Concreto & Construções - edição 78 - page 26

26 | CONCRETO & Construções
Pisos industriais protendidos
com cordoalha engraxada
PÚBLIO PENNA FIRME RODRIGUES – E
ngenheiro
DS
c
LPE – E
ngenharia
e
C
onsultoria
1. INTRODUÇÃO
D
e acordo com pesquisa re-
alizada pela ANAPRE – As-
sociação Nacional de Pisos
e Revestimentos (ANAPRE, 2012), o
mercado estimado de pisos no Brasil
em 2011 era da ordem de 42 milhões
de m
2
, dos quais 47% eram feitos com
formalização técnica, isto é, com proje-
to e especificação, enquanto o restante
foi executado sem adoção de critérios
de projeto conhecidos.
Praticamente a totalidade dos pisos
industriais no Brasil com formalização
técnica adota reforço estrutural, ao
contrário do que se observa em outros
países, como na América do Norte,
onde se executam pisos de concreto
simples. As vantagens do piso com re-
forço estrutural são diversas, entre elas
o menor número de juntas, incidindo
em menores custos de manutenção,
maior controle de fissuração e, princi-
palmente, pisos mais sustentáveis (me-
nores emissões de carbono).
Dentre os reforços que podem ser
adotados, encontram-se a tela solda-
da, a fibra de aço, a macrofibra polimé-
rica – que, ao contrário da microfibra,
empregada no controle de fissuração
plástica, apresenta propriedades es-
truturais – e as cordoalhas engraxadas,
empregadas na execução dos pisos
protendidos. O sistema de protensão
aderida, que emprega bainhas injeta-
das com calda de cimento, hoje é ra-
ramente utilizado em pisos industriais.
Na pesquisa ANAPRE, o reforço
mais empregado é a tela soldada, se-
guido da fibra de aço, macrofibra poli-
mérica e a cordoalha engraxada. Entre-
tanto, a quantidade executada de pisos
protendidos é ínfima quando compara-
da com as outras soluções.
O custo da cordoalha, nos últimos
dois anos vem decrescendo, tornando
a solução economicamente mais com-
petitiva e, paralelamente, tem-se obser-
vado uma busca crescente para essa
solução, criando um cenário distinto da
época da pesquisa.
O maior atrativo do sistema é a
possibilidade de execução de placas
de grandes dimensões, como de
10.000 m², quase não havendo limites te-
óricos quanto à dimensão máxima, mas
sim de ordem prática e executiva. Como
pontos negativos, as juntas entre placas
irão apresentar grande abertura, tornan-
do difícil seu tratamento e, talvez o mais
crítico, a dificuldade de promover inter-
venções no piso após a sua execução.
Em galpões especulativos, aque-
les que são construídos sem que es-
teja definida “a priori” a sua utilização,
essa limitação é severa, caso haja, por
exemplo, necessidade por parte do
ocupante de instalar equipamentos que
impliquem o corte ou abertura no piso,
visto que o procedimento irá interceptar
as cordoalhas, criando um problema de
difícil, mas possível, solução. Essa limi-
tação tem sido um empecilho na ado-
ção do sistema.
2. PRINCÍPIO DO SISTEMA
O piso industrial deve ser considera-
do como sendo um sistema composto
u
estruturas em detalhes
u
Figura 1
Sistema piso industrial
1...,16,17,18,19,20,21,22,23,24,25 27,28,29,30,31,32,33,34,35,36,...120
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