Revista Concreto & Construções - edição 78 - page 20

20 | CONCRETO & Construções
NO SETOR DE PROJETOS, DEVEM TER
10 MIL CALCULISTAS DE CONCRETO
ARMADO; DESSES, TALVEZ UNS 200
SAIBAM CALCULAR CONCRETO PROTENDIDO
prática. E isto despertou meu interesse
pelo concreto protendido.
IBRACON
– P
or quais
empresas
e
cargos
passou
e
em quais obras
participou que mais
significativamente
contribuíram
para
seu
aprendizado
e
formação
?
E
vandro
P
orto
D
uarte
– No final da
faculdade, estagiava numa empresa de
projeto de edifícios,
a Seebla (Serviço de
Engenharia Emílio
Baumgart Limitada).
Mas, meu interesse
era pelo concreto
protendido. Lendo
o jornal, encontrei
um anúncio de
uma empresa de
concreto protendido
contratando
engenheiro. Fui lá.
Era uma empresa
francesa que, na
época, concentrava
90% do mercado
de concreto
protendido no Brasil,
com seu sistema
Freyssenet, a STUP.
O responsável
pelo escritório de
projetos da STUP
entrevistou-me
por três horas,
questionando-me
sobre protensão e
hiperestática. Depois
disso, ele disse que
estava contratado.
Depois de um
tempo, passei
a gerente no
escritório de projetos da STUP. Foi uma
experiência incrível porque trabalhei no
projeto de todas as obras de protensão
no Brasil, inúmeras obras de pontes
e viadutos, barragens e reservatórios,
como o reforço do Elevado Paulo
Frontin, que havia caído, em 1970.
Passei oito anos na STUP. Após esse
período, o Governo Brasileiro proibiu
a especificação exclusiva do Sistema
Freyssenet em projeto, o que fez com
que o projeto se desvinculasse do
sistema de protensão a ser adotado.
Isto fez os franceses da STUP se
desinteressarem pela empresa de
projetos. O diretor geral da STUP no
Brasil, responsável pela introdução
da protensão no país, Carlos Freire
Machado, fechando o setor de projetos
da STUP, disse-me: “Evandro, abre
uma sala ao lado. Todo cliente que
vier aqui, eu peço para te procurar”. E
foi o que fiz. Pedi demissão da STUP,
abri a empresa Portante Engenharia
e passei a receber os clientes da
STUP interessados na contratação de
projetos de protensão. Hoje, a empresa
tem 35 anos de trabalhos prestados na
área de projetos.
O Porto de Itaqui, no Maranhão, foi a
primeira obra da Portante Engenharia.
Falando da realidade do mercado hoje
no Brasil no setor de projetos: devem
ter aproximadamente dez mil calculistas
de concreto armado; todos saem da
faculdade sabendo calcular e projetar
edifícios; desses, talvez uns 250 saibam
calcular pontes e, talvez, 200 saibam
calcular concreto protendido; e, em
Ezetec Tower, em São Paulo
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