CONCRETO & Construções | 53
objeto da aprendizagem para ser o
sujeito do conhecimento, priorizando
métodos que façam o aluno aprender
com a prática, principalmente com
seus erros, bem como integrando
nas salas de aula as novas tecnolo-
gias de informação e comunicação;
u
Definição de novos critérios para a
contratação de professores, sendo
a formação pedagógica e a didáti-
ca de ensino critérios fundamentais
para a admissão de professores;
u
Busca de incentivo governamental
para a graduação semelhante ao in-
centivo dado pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Ní-
vel Superior (Capes) aos cursos de
pós-graduação.
“O IBRACON espera que este semi-
nário seja o primeiro de muitos. Espera-
mos com as discussões e seu devido
encaminhamento contribuir para que o
ensino da engenharia civil no país seja
gratificante, com professores que amam
ensinar e alunos motivados a aprender e
aplicar seus conhecimentos”, avaliaram
os coordenadores do Seminário, profes-
sores Daher e De Luca.
FÁBIO LUÍS PEDROSO
Mesa-Redonda para discutir com o auditório o Ensino de Engenharia Civil no país, formada ao final do Seminário
c i v i l b r a s i l e i r a : m o t i v a r p a r a c o n s t r u i r
Não é possível que o estudante não tenha motivação para
frequentar a faculdade. É preciso estimulá-lo a gostar do que faz,
tornando essa atividade envolvente, prazerosa. Não há como melhorar
o nível do ensino sem que existam alunos motivados.
É neste sentido, de motivar, que os concursos técnicos
(APO, CONCREBOL, COCAR e OUSADIA) promovidos pelo IBRACON
funcionam. Todos apresentam elevado rigor técnico e provocam
positivamente os alunos a buscar soluções que compreendem vários
tópicos estudados nas cadeiras de Materiais de Construção, Análise
Estrutural e Estruturas de Concreto. Para tanto, há que se ter trabalho
em equipe, aplicar corretamente as normas técnicas pertinentes,
praticar ferramentas de gestão para organização da viagem para o
CBC, captar e gerir recursos, dialogar com empresas para obtenção
de insumos e manipular de ferramentas de comunicação.
A convivência entre alunos é outro aspecto a ser observado, pelo
intercâmbio cultural que é realizado. Ademais, há a desconexão das
disciplinas do chamado “ciclo básico” com as disciplinas do “ciclo
profissionalizante”. O problema não está no ciclo básico em si, já
que ele é o responsável por moldar o raciocínio lógico e objetivo do
engenheiro. A falha está na falta de oportunidades para aplicar esses
conhecimentos. Os concursos são ótimos para tal.
Entendemos que a prática dos concursos precisa ser ampliada
para outras áreas da Engenharia Civil, inclusive podendo ser
pensada como método de avaliação em alguns casos e/ou como
uma atividade complementar obrigatória para a obtenção da
habilitação profissional, por meio dos Conselhos Regionais de
Engenharia e Agronomia.
Este documento não sugere acabar com as práticas tradicionais,
mas questioná-las como “verdade absoluta”. A mudança é lenta,
mas é preciso que ela comece em algum momento. Queremos reunir
compromissados com o aperfeiçoamento dos cursos de Engenharia
Civil no Brasil. Queremos ações práticas, e o engajamento do governo,
mercado, sociedade civil e academia.
Só assim é que será possível projetar e construir o Brasil concreto.
Belo Horizonte (MG), outubro de 2016.
ENG. JÉSSIKA PACHECO
D
iretora
de
A
tividades
E
studantis
,
representando
os
estudantes
de
E
ngenharia
C
ivil
pertencentes
às
I
nstituições
de
E
nsino
S
uperior
localizadas
em
todo
território
nacional
,
participantes
dos
concursos
técnicos
do
IBRACON