Revista Concreto & Construções - edição 84 - page 63

CONCRETO & Construções | 63
emprego nos processos de controle e
aceitação do CAA.
2.3 Normas brasileiras –
ABNT NBR
A norma brasileira de CAA teve a sua
primeira edição publicada em 2010 e
está dividida em seis partes (já apresen-
tadas em 2.1), que abrangem métodos
de ensaio, classificação e controle de
aceitação do concreto no estado fresco.
A parte 1 da ABNT NBR 15823 traz
a classificação do concreto autoaden-
sável em função de suas propriedades,
medidas pelos ensaios previstos nas
partes 2 a 6 dessa Norma, e estabelece
os critérios de recebimento em obras e
em empresas de pré-fabricação.
Para os requisitos de composição
do concreto e verificação das proprie-
dades dos materiais a serem utilizados,
assim como requisitos de durabilidade
e critérios de aceitação final do concre-
to no estado endurecido, a ABNT NBR
15823 referencia a ABNT NBR 12655.
Ensaios de determinação do espa-
lhamento, da viscosidade plástica pelo
t
500
e habilidade passante pelo anel J
são atualmente requisitos de aceitação
do CAA no estado fresco para todas
as aplicações, devendo ser realizados
em laboratório, para os estudos de
dosagem e verificados em campo. Os
demais ensaios são focados no desen-
volvimento de estudos de dosagem e
aplicações específicas. Mas, caso sejam
especificados os ensaios da caixa L e/
ou funil V em campo, podem ser dispen-
sadas a realização do anel J e/ou tempo
de escoamento (t
500
), respectivamente.
A ABNT NBR 15823 apresenta ain-
da um anexo informativo, com indica-
ções de uso do CAA em função de sua
classificação (limites para as proprieda-
des no estado fresco), de forma a facili-
tar e incentivar sua aplicação.
2.4 Norma internacional – ISO
Em âmbito internacional, o comitê
técnico ISO/TC 71
(Concrete, reinfor-
ced concrete and pre-stressed con-
crete)
em seu subcomitê SC 1
(Test
methods for concrete)
criou o grupo de
trabalho WG 2
(Self-compacting con-
crete)
para tratar da elaboração de uma
norma técnica internacional de CAA. O
Brasil participa desse trabalho de nor-
malização representado pela ABNT,
participando de reuniões e discussões
relacionadas ao tema. A versão prelimi-
nar da norma internacional tem como
base a Norma Europeia e, portanto,
aborda todos os ensaios já prescritos
pela norma brasileira, com exceção
do ensaio de resistência à segregação
pelo método da peneira.
3. REVISÃO DA ABNT NBR 15823
A revisão de uma norma técnica
tem, como principais objetivos, sua atu-
alização com base no desenvolvimento
técnico sobre o tema e sua adequação
às condições do País ou região. Para
a revisão da ABNT NBR 15823 foram
convidados representantes de produto-
res de insumos que entram na prepara-
ção do concreto, empresas de serviços
de concretagem, empresas de pré-
-fabricação em concreto, construtoras,
laboratórios de controle tecnológico,
universidades e outros.
Os trabalhos de revisão foram ini-
ciados em março de 2016, com a pro-
posta de serem finalizados até o final
do ano em curso. Como resultado da
atualização
3
dos procedimentos e con-
ceitos da norma brasileira de concreto
autoadensável publicada em 2010, vale
citar:
a) modificações no procedimento para
a determinação do espalhamento,
partes 2 e 3 da ABNT NBR 15823
(alterações no tempo limite de reti-
rada do molde e definição da altura
máxima de lançamento do concre-
to no molde cônico, de 225 ± 75
mm, Figura 1) - essas alterações
visam sua uniformização com ou-
tras normas, como a ASTM C1611/
C1611M-14;
b) a parte 3 da Norma, além das modi-
ficações pertinentes à realização do
ensaio de espalhamento, também
sofreu alterações nas dimensões
do aparato (o anel-J passará a ter
a espessura das barras alterada
de 10mm para 16mm)- esta medi-
da tem, como principal objetivo, a
padronização da distância entre as
barras apresentadas na norma bra-
sileira e nas normas estrangeiras,
permitindo a realização de estudos
comparativos, conforme Figura 2;
c) na parte 4, referente ao método da
caixa L, também foi realizada uma
padronização com as normas es-
trangeiras, reduzindo o tempo de
3
E
ssas
alterações
constam
do
P
rojeto
a
ser
submetido
ao
processo
de
C
onsulta
N
acional
pela
ABNT.
u
Figura 1
Ensaio de espalhamento
e determinação do t5
00
Fonte:
ABNT NBR 15823 – Parte 2
Marcação
Ø 500mm
1...,53,54,55,56,57,58,59,60,61,62 64,65,66,67,68,69,70,71,72,73,...100
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