Revista Concreto & Construções - edição 87 - page 104

104 | CONCRETO & Construções | Ed. 87 | Jul – Set • 2017
as vigas de CRFA, ao contrário das ou-
tras vigas, apresentaram o alargamento
de, pelo menos, uma fissura inclinada
proeminente, que forneceu algum aviso
sobre o iminente colapso.
Observa-se que em todas as vigas,
apesar do carregamento aplicado ter
sido simétrico, a abertura da fissura
e ruína não o foi. Tal comportamento
pode ser explicado pela própria hetero-
geneidade do material.
3.2 Resistência ao
cisalhamento última
A resistência ao cisalhamento última
(
ν
u
) obtida para as vigas está descrita na
Tabela 1 em termos de resistência mé-
dia ao cisalhamento na ruptura, definida
como a cortante última (V
u
) dividida pelo
produto da altura útil pela largura da viga.
O efeito do teor de fibras na
ν
u
para
a S20A e S40B está ilustrado na Figura
11. Observa-se que, para a S20A, um
teor de fibras acima de 0,64% (50 kg/m
3
de concreto) implicou um aumento mais
significativo na
ν
u
, de mais de 90% quan-
do comparado com a viga sem fibra. Ao
contrário, na S40B, a eficiência do refor-
ço de fibra em aumentar a resistência ao
cisalhamento, tendeu a diminuir quando
utilizado
V
f
superior a 0,64%.
Na S40A, a adição de 0,64% de fi-
bras causou um aumento de 74,20%
na
ν
u
; na S40B, esse aumento foi de
79,56% quando comparada à viga sem
o reforço de fibras. É importante observar
que a viga S40A-0.64 rompeu à flexão
e, para as vigas que falharam na flexão a
força de ruptura não é igual a resistência
ao cisalhamento. Desta forma, a força de
ruptura somente forneceu um limite infe-
rior na resistência ao cisalhamento.
Analisando a resistência ao cisalha-
mento normalizada pela resistência à com-
pressão (
/
ν
u
c
f
), as vigas com maiores
valores de
/
ν
u
c
f
(S20A-0.77 e S40B-
0.64) apresentaram um nível de tensão
de cisalhamento normalizada mais de 1,5
vezes superior às vigas sem fibras e com
mesma taxa de armadura longitudinal.
4. CONCLUSÕES
Neste trabalho foi investigado o
comportamento de vigas de CRFA sub-
metidas à flexão em quatro pontos. Um
total de nove vigas foram ensaiadas
para investigar a influência do
V
f
,
ρ
e
f
c
no modo de ruptura e resistência da viga
ao cisalhamento. Também foi avaliada a
influência da adição de fibras na
f
c
e
f
ct
de
corpos de prova cilíndricos de concreto.
As principais conclusões que podem ser
retiradas deste estudo experimental são:
u
A adição de fibras de aço ao concreto
teve efeito significativo na
f
ct
, ocorren-
do um aumento da
f
ct
com o aumento
u
Figura 10
Padrão de fissuração na S40B com o aumento do teor de fibras
a
Viga S40B-0
b
Viga S40B-0.64
c
Viga S40B-0.77
u
Figura 11
Efeito do V na V
f
u
1...,94,95,96,97,98,99,100,101,102,103 105,106,107,108,109,110,111,112,113,114,...116
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