Revista Concreto & Construções - edição 87 - page 112

112 | CONCRETO & Construções | Ed. 87 | Jul – Set • 2017
aumentam a resistência residual.
Outro exemplo experimental mostra
que o módulo de elasticidade é mais
afetado pela temperatura no caso
de SFRC do que para o HPC (item
6.1.3.4, Módulo de elasticidade e co-
eficiente de Poisson). No item 6.1.3.6
(Parâmetros da fratura), informa que
uma quantidade considerável de mi-
crofibras de aço em HPC aumenta
a energia de fratura em comparação
com HPC simples.
4. CONCLUSÕES/PERSPECTIVAS
A partir da revisão do conteúdo da
normalização, da pré-normalização e
das recomendações internacionais so-
bre a resistência do SFRC a altas tem-
peraturas ou ao fogo, é possível regis-
trar as conclusões a seguir:
u
Normas e pré-normas atuais, como
EN 1992-1-2 e
fib
Model Code
2010, estabelecem como deve ser
realizado o projeto estrutural do
SFRC em temperatura ambiente;
em situação de incêndio, tratam
apenas de estruturas convencio-
nais (concreto armado ou proten-
dido). Nenhum modelo de projeto
para SFRC em situação de incên-
dio está disponível até o momento.
A evidência de resistência ao fogo
para estruturas de SFRC em com-
binação com armadura convencio-
nal pode ser obtida pela aplicação,
por exemplo, da EN 1992-1-2.
Para secções transversais total-
mente comprimidas, o efeito das
fibras de aço é negligenciável; para
este caso o projeto em situação de
incêndio pode ser realizado pelos
modelos citados, por exemplo,
EN 1992-1-2;
u
CEN e ÖBV recomendam a adição
de fibras poliméricas para aumentar
a resistência à degradação devida
ao lascamento do concreto (
spalling
)
no caso de incêndio – especialmente
para concreto de alta resistência. O
spalling
devido à exposição ao fogo
deve ser prevenido em todos os ca-
sos, de forma a evitar que as fibras
de aço sejam afetadas pelas altas
temperaturas;
u
ACI e CNR/UNI comprovaram que
as fibras de aço melhoram a resis-
tência residual para concretos de re-
sistência normal e concretos de alta
resistência expostos ao fogo;
u
A combinação de fibras de aço e po-
liméricas em concretos promove os
efeitos benéficos dos dois tipos de
fibras para melhorar a resistência ao
fogo do concreto;
u
Atualmente, a evidência de com-
provação da resistência ao fogo em
estruturas e elementos estruturais
sujeitos a cisalhamento, flexão e
protensão só é obtida por meio de
ensaios de resistência ao fogo, sob
carregamento, em escala real ou em
escala representativa da estrutura ou
do elemento estrutural.
Alerta-se para a necessidade dos
organismos de normalização incluírem
o projeto em situação de incêndio do
SFRC em normas técnicas, para simpli-
ficar sua aplicação estrutural.
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