Revista Concreto & Construções - edição 86 - page 95

CONCRETO & Construções | Ed. 86 | Abr – Jun • 2017 | 95
Enquanto que o aditivo PCMV apre-
sentou VSI=0, ou seja, pouca segrega-
ção/exsudação, como apresentados
na Figura 5 a e b.
Os ensaios de compressão axial
foram realizados nas idades iniciais e
finais (Gráfico 5). É possível verificar
que os valores de resistência inicial e
final da amostra PCE estão mais altos
quando comparados com a amostra
PCMV. Porém, mesmo com a diminui-
ção do teor de finos da mistura, o en-
saio realizado com o PCMV apresen-
tou valores de resistência aceitáveis
de acordo com os estabelecidos para
paredes de concreto, podendo-se
apresentar menores custos e melhor
acabamento (Figura 6 a e b), conforme
o comparativo dos cilindros moldados
para ensaio de resistência à compres-
são axial, onde a mistura feita com o
aditivo PCMV apresenta melhor aca-
bamento e melhor coesão.
6. CONCLUSÃO
Através dos resultados apresen-
tados a partir do ensaio de cone de
Kantro, foi possivel verificar que o adi-
tivo base policarboxilato convencional
(PCE) apresenta uma maior tendencia
á exsudação nas maiores dosagens
estudadas. Já o aditivo base policar-
boxilato modificador de viscosidade
(PCMV), mesmo nas dosagens mais
altas, não apresentou tendência à ex-
sudação. Os resultados de viscosidade
também indicaram que o PCMV nas
mesmas dosagens que o PCE apre-
sentou maior viscosidade aparente,
enquanto que, no ensaio de tensão de
escoamento, o aditivo PCMV apresen-
tou valores de tensão de escoamento
iguais na dosagem mais baixa e esses
valores foram aumentando com o au-
mento da dosagem do aditivo. Esses
resultados servem de parâmetros para
o desenvolvimento da mistura de con-
creto para paredes. Esses dados com-
parativos indicam que o aditivo PCE,
embora necessite de uma dosagem
menor para mesma tensão de escoa-
mento nas dosagens altas, não permite
o uso na prática de tais dosagens por
apresentar exsudação e segregação,
enquanto que o aditivo PCMV, mesmo
em dosagens mais altas, reduz signifi-
cativamente a exsudação. Esse fato foi
evidenciado nos ensaios em concreto,
onde mesmo reduzindo a quantidade
de finos na mistura, não houve exsu-
dação nem segregação e os desen-
volvimentos de resistências, tanto nas
idades finais como iniciais, atendem
aos requisitos usuais para concretos de
parede. Os valores apresentados nos
estudos de calorimetria isotérmica indi-
cam que ambos aditivos apresentaram
o mesmo perfil de fluxo de calor e calor
acumulado, o que indica, na prática,
que nenhum dos aditivos apresentam
retardo de pega, sendo o PCMV o aditi-
vo que melhor é aplicável para paredes
de concreto para o apresentar menor
tendência de exsudação.
u
Gráfico 5
Resultados de resistência à compressão axial
u
Figura 6
Aspecto do cilindro moldado em
concreto com: a) aditivo PCE e
b) aditivo PCMV
[01] LANGE,A., PLANK, J. Optimization of comb-shaped polycarboxylate cement dispersants to achieve fast-abatimentoing mortar and concrete.Technische Universitdad
Munchen, Chair for Construction Chemistry, Garching, Lichtenbergstraße 4, Germany, 2015.
[02] LYRA, J.S., ROMANO R.C.O., PILEGGI, R.G., GOLVEA, D. Consolidação de pastas cimentícias contendo policarboxilatos um estudo calorimétrico e reológico.
Associação Brasileira de Cerâmica, ANO LVIII - VOL. 58, 346 - ABR/MAI/JUN 2012.
[03] KOSMATKA, S.H and WILSON, M.L – Design and Control of Concrete Mixtures –The Guide to applications, method and materials – Fifteenth Edition.-2012.
[04] RAMACHADRAN,V.S. Concrete.Admixtures Handbook, Properties, Science and Technology.Institure of Research in Construction National Research Council Canadá,
Ottawa. 2
nd
edition. 1995.
u
R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S
1...,85,86,87,88,89,90,91,92,93,94 96,97,98,99,100
Powered by FlippingBook