CONCRETO & Construções | 105
Com isso, a substituição da areia na-
tural pelo agregado miúdo de britagem (a
areia artificial) aparece como alternativa
atraente. A substituição da areia natural
pela artificial leva à redução dos impac-
tos ambientais e à redução do custo da
matéria prima. Sua produção é realizada
no canteiro das pedreiras, próximas aos
grandes centros consumidores, o que re-
duz o valor do frete.
A ABNT NBR 9935:2011 define areia ar-
tificial como o material pétreo, proveniente
de processos de cominuição mecânica de
rochas já britadas, com granulometria entre
4,75mm e 150µm. A lavagem desse ma-
terial gera pó de pedra, caracterizado pelo
material passante na peneira #200 (0,075
mm), que é estocado ao ar livre (FIGURA
01), sendo um agravante antieconômico e
ambientalmente prejudicial. Dessa forma,
aproveitar esse resíduo, além de trazer be-
nefícios ao meio ambiente garante maior lu-
cratividade às empresas.
Nesse contexto, o objetivo do trabalho
foi avaliar a influência da substituição par-
cial do cimento Portland por pó de pedra,
proveniente da região metropolitana de
Curitiba, nas propriedades de resistência
à compressão, à tração por compressão
diametral e no módulo de elasticidade, no
concreto de alta resistência produzido com
areia artificial.
2. PROGRAMA EXPERIMENTAL
2.1 Materiais
Para a realização do estudo experimen-
tal, optou-se pela utilização de materiais obti-
dos na região metropolitana de Curitiba, com
o intuito de aplicação prática dos resultados.
Utilizou-se o cimento: CP V-ARI. Para
o agregado miúdo optou-se pela utilização
de areia 100% artificial, devido às restrições
ambientais no uso da areia natural, como
descrito anteriormente. A distribuição gra-
nulométrica do agregado miúdo está apre-
sentada no QUADRO 1.
O pó de pedra foi coletado, posterior-
mente seco em estufa no laboratório, com
temperatura de 60°C, e destorroado manu-
almente. A caracterização do pó está apre-
sentada no QUADRO 2.
O agregado graúdo utilizado é provenien-
te do calcário com DMC (Dimensão Máxima
Característica) de 19mm. A distribuição gra-
nulométrica está apresentada no QUADRO 3.
A sílica ativa utilizada é de origem mine-
ral decorrente do processo de fabricação
do silício metálico ou do ferro-sílício. O adi-
tivo superplastificante consiste em um pro-
duto de última geração, baseado em polí-
meros de éteres carboxílicos modificados.
u
Quadro 1 – Caracterização
granulométrica do agregado miúdo
Fonte: fabricante (2014)
Granulometria Agregado Miúdo
ABNT NBR NM 248:2003
Peneira
% média
retida
% média
acumulada
9,5
16
16
6,5
60
76
4,8
18
94
2,4
5
99
Fundo
1
100
u
Quadro 2 – Caracterização do pó de pedra - Fonte: a autora (2014)
Pó de pedra sem peneirar
Massa inicial (g)
80
Data
10/10/2014
Malhas
(Tyler)
Abertura
(mm)
Massa retida
(g)
% peso
% acumulada
acima
% acumulada
abaixo
5
4
1,94
2,43
2,43
97,58
9
2
1,03
1,29
3,71
96,29
16
1
0,68
0,85
4,56
95,44
32
0,5
0,71
0,89
5,45
94,55
60
0,25
1,73
2,16
7,61
92,39
Laser
0,18
0,46
0,57
8,19
91,81
Laser
0,09
11,87
14,84
23,02
76,98
Laser
0,063
7,38
9,22
32,24
67,76
Laser
0,043
4,72
5,89
38,14
61,86
Laser
0,036
2,44
3,05
41,19
58,81
Laser
0,028
4,41
5,51
46,69
53,31
Laser
0,02
6,59
8,24
54,93
45,07
Laser
0,01
11,8
14,75
69,68
30,32
Laser
0,006
6,33
7,91
77,59
22,41
Laser
0,003
6,58
8,22
85,81
14,19
Laser
0,001
7,23
9,04
94,84
5,16
Laser
0
4,12
5,16
100
0
Massa final (g)
80
Finos abaixo #60 – micrômetros
Diâmetro 10% 1,81
Diâmetro 50% 20,98
Diâmetro 90% 110,31
Diâmetro médio
40,43