Revista Concreto & Construções - edição 78 - page 64

64 | CONCRETO & Construções
u
estruturas em detalhes
Reservatórios protendidos
TIAGO GARCIA CARMONA – E
ngenheiro
M. S
c
THOMAS GARCIA CARMONA – E
ngenheiro
M. S
c
ANTONIO CARMONA FILHO – E
ngenheiro
M. S
c
P
h
D
E
xata
E
ngenharia
e
A
ssessoria
L
tda
1. INTRODUÇÃO
O
uso da protensão em
reservatórios de con-
creto armado é tão an-
tigo quanto a própria tecnologia da
protensão. O conceito da solução é
bastante simples, bastando “cintar”
a casca cilíndrica de concreto com
armaduras ativas.
Obviamente, as aplicações prá-
ticas exigem que uma série de de-
talhes executivos e de projeto sejam
bem estudados e planejados para o
sucesso final da obra.
O grande diferencial do método
reside no fato de se conseguir que
as paredes dos reservatórios perma-
neçam em compressão mesmo em
sua capacidade máxima de reserva-
ção. Como resultado disso, não se
formam fissuras, o que diminui em
muito a possibilidade de ocorrência
de vazamentos.
O controle da fissuração também
contribui de forma decisiva para o
aumento da durabilidade dos tan-
ques frente à corrosão de armadu-
ras, principalmente em indústrias,
onde essas estruturas estão em con-
tato com diversos tipos de agentes
agressivos.
2. REFERÊNCIAS HISTÓRICAS
Para ilustrar a antiga preocupação
dos engenheiros em manter paredes
de tanques em compressão por meio
da protensão, pode-se destacar a
técnica desenvolvida pelo Engenhei-
ro Espanhol Don Eduardo Torroja na
década de 1930.
O método consistia na constru-
ção de uma parede circular de alve-
naria armada com barras de aço nas
juntas de assentamento dispostas
circunferencialmente. Internamen-
te era construída uma nova parede
afastada 15 cm da primeira. O espa-
ço entre as paredes era preenchido
com agregado graúdo e tubos de in-
jeção. Procedia-se o enchimento do
tanque até um nível maior que o de
operação, provocando o alongamen-
to das armaduras da parede externa
e obviamente causando uma série de
vazamentos por fissuras verticais. O
nível do tanque era mantido constan-
te e os tubos deixados na camada de
agregado eram então injetados com
argamassa, estancando as infiltra-
ções. Após a cura da argamassa, o
tanque era esvaziado e a tensão nas
armaduras transferida para o concre-
to que se mantém comprimido (pro-
tendido) em regime de serviço.
Um bom exemplo da técnica de
Eduardo Torroja é um reservatório
de forma cônica construído na cida-
de de Madrid em 1958, que está em
operação até hoje (Figura 1).
3. MODELAGEM E ANÁLISE
ESTRUTURAL
Sobre as paredes dos tanques
cilíndricos predominam os esforços
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Foto 1
Reservatório de concreto
armado deteriorado por corrosão
de armaduras
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Foto 2
Tanques de concreto armado em
indústria de papel e celulose
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Foto 3
Detalhe do mesmo tanque da foto
anterior revelando a presença de
fissuras verticais e vazamentos
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