22 | CONCRETO & Construções
L
uciano
A
fonso
B
orges
– A protensão
no Brasil se desenvolveu a partir dos
cabos de pequena potência dentro da
tecnologia francesa representada pelo
sistema Freyssinet. A partir da década
de 70, com a instalação da empresa
VSL no Brasil, passou-se a utilizar cabos
com potências iguais ou superiores a
120 tf, e longos, com enfiação posterior,
no lugar dos cabos de 40 tf.
Esse mercado veio sendo
acompanhado pela empresa nacional
Rudloff, que acabou incorporando,
anos mais tarde, a VSL do Brasil.
Ainda dentro dos sistemas nacionais
que se desenvolveram posteriormente,
é importante mencionar a Mac Protensão
e a Protende, esta associada à empresa
italiana Tensacciai SpA.
No segmento de cabos para pontes
estaiadas, a Protende tem tido uma
participação marcante no mercado. O
mesmo se diga na área dos aparelhos
de apoio para cargas elevadas tipo
bacia e outros.
IBRACON
– S
ua
empresa
desenvolveu
um
sistema
integrado
de gestão
,
que
concilia
a gestão
da qualidade
com
a
gestão
ambiental
. C
onte
-
nos
sobre
este
sistema
. O
que
levou
à
sua
implantação
?
C
omo
ele
interfere
no
planejamento
,
projeto
,
execução
e gerenciamento
de
obras
de
arte
da
empresa
(
citar
exemplos
de obras
)? C
omo
ele
tem
sido
usado
para
monitorar
anomalias
em
pontes
e
viadutos
sob gestão
da
M
aubertec
,
no
sentido
de
tomar medidas
preventivas
(
citar
exemplos
de obras
)?
L
uciano
A
fonso
B
orges
– Ao longo
de sua existência como empresa
que desenvolve projetos estruturais,
a Maubertec teve muitos trabalhos
relacionados à recuperação e reforço
estrutural. Essa convivência sempre
deixou claro que, se houvesse uma
política de manutenção ativa dos
clientes, uma série de reforços e
recuperações poderia ter sido evitada
e substituída por ações preventivas,
de custo muito menor, que garantiriam
a confiabilidade e a disponibilidade do
ativo (a estrutura).
Essa evidência óbvia nos levou, durante
toda a existência da Maubertec, a uma
política de sensibilização dos nossos
clientes públicos para a necessidade de
implantar um sistema de manutenção
para as estruturas, bem como prever
uma rubrica específica no orçamento
da empresa – afinal, estruturas
necessitam de cuidados, muito embora
seu processo de deterioração seja
relativamente lento em comparação
com o de equipamentos.
Finalmente, conseguimos lograr
sucesso na Sabesp (Companhia de
Saneamento de São Paulo), em função
da queda da adutora do Socorro
(1989), que deixou parte da cidade sem
água, e abriu-se então um espaço no
orçamento. Fomos contratados pela
Sabesp em 1992 para desenvolver e
implantar um plano de manutenção
de Reservatórios e Travessias. Esse
plano foi implantado e até hoje orienta
a Companhia nas suas ações de
manutenção dessas estruturas.
Logo após este trabalho, em 1995,
o DER, a partir de um financiamento
do Banco Mundial, nos contratou
para desenvolver o Sistema de
Gerenciamento das Obras de Arte
(SIGOA). O sistema foi desenvolvido e
entregue ao DER dentro do Mauberman
– “
Maubertec Management System
”,
que é o Sistema de Gestão de Ativos
da Maubertec. A implementação
do sistema foi descontinuada em
decorrência do término do financiamento
e da indisponibilidade de recursos.
Toda a engenharia do SIGOA foi
aproveitada pela Comissão das
Concessões, no seu início, antes da
ARTESP (Agência de Transporte do
Estado de São Paulo), para a definição
dos requisitos que seriam exigidos
das Concessionárias no que tange à
manutenção das obras de arte.
Posteriormente, o Metrô de São
Paulo lançou um edital, com vários
lotes, para a realização de um laudo
das estruturas das Linhas 1 e 3. A
Maubertec propôs que, no lugar
de realizar apenas o laudo, fossem
aproveitados a oportunidade e os
recursos para a implantação de um
sistema de manutenção das estruturas.
Em 1996 a Maubertec ganhou todos os
lotes e, conforme proposto, customizou
o Mauberman, adequando-o ao Metrô.
Em 2000, ao final do contrato, entregou
ao Metrô dois servidores, um contendo
o Mauberman e o outro contendo
um banco de dados com todas as
informações relativas às estruturas
que evidenciaram ocorrências
SE HOUVESSE UMA POLÍTICA DE MANUTENÇÃO ATIVA
DOS CLIENTES, UMA SÉRIE DE REFORÇOS E RECUPERAÇÕES
PODERIA TER SIDO EVITADA E SUBSTITUÍDA POR AÇÕES
PREVENTIVAS, DE CUSTO MUITO MENOR
“
“