94 | CONCRETO & Construções
que o ar seja expulso nos purgadores
das camadas superiores, garantindo,
assim, o máximo de preenchimento dos
espaços vazios no interior das trincas.
Quando é observado que o excesso
do microcimento está esborrando nos
purgadores da camada superior, estes
são fechados com arame 18 e, dessa
maneira, com a pressão do material
que está sendo injetado na estrutura,
os demais espaços vazios passam a
ser preenchidos. O procedimento se
repete até que todos os purgadores es-
tejam fechados.
Após 5 dias, os purgadores são
cortados rente a face da sapata. Não
se pode assegurar que todas as trin-
cas foram totalmente preenchidas pela
pasta de microcimento, pois, apesar
de todos os cuidados tomados, ao
longo dos anos foram depositadas
quantidades de areia ou outro mate-
rial, que, possivelmente, se solidificou
na face interna das trincas e fissuras.
Mesmo sabendo que a situação de
transmissão de esforços não será total-
mente garantida, é necessário que se
preencha ao máximo as trincas e fissu-
ras para precaver a estrutura quanto a
possíveis manifestações patológicas,
como corrosão das armaduras ou no-
vas expansões.
2.4.8 E
ncapsulamento
das
sapatas
Decidiu-se que o reforço das sa-
patas seria dado por encapsulamento,
conforme projeto estrutural fornecido
por empresa especializada no ramo. As
etapas do reforço estrutural seguiram
as seguintes fases:
u
Furação e apicoamento da sapata
de concreto. Os furos foram execu-
tados com diâmetro de 12,5 mm,
espaçados a cada 15 cm, e a su-
perfície da sapata foi arranhada e
apicoada;
u
Colocação das barras e tela de aço.
As barras de aço com 12,5 mm de
diâmetro foram inseridas cerca de
30 cm nos furos feitos; foi colocada
uma tela soldada Q503 sobre a su-
perfície tronco piramidal com gram-
pos no concreto, conforme ilustrado
na Figura 16;
u
Foi realizada uma aplicação do ade-
sivo estrutural à base de resina nas
superfícies de união do concreto,
30 minutos antes da concretagem;
u
Concretagem das sapatas (Figura 17).
As vantagens desse método esco-
lhido foram:
u
Restringir ao máximo a expansão;
u
Boa capacidade para impedimento
de passagem de água;
u
Maior durabilidade do reforço
estrutural.
3 CONCLUSÕES
Através das vistorias e histórico da
edificação em análise foi constatado o
quadro da reação álcali-agregado nas
sapatas do edifício.
O serviço de recuperação foi incom-
pleto, pois, ao final do encapsulamento
das sapatas, estas não foram imperme-
abilizadas, o que pode facilitar a pene-
tração de agentes externos agressivos
e umidade.
O método descrito neste trabalho é o
mais utilizado e conhecido até o presente
momento para recuperação de reação ál-
cali-agregado, porém ele não é totalmen-
te eficaz. A prova disso, é que algumas
sapatas que já haviam sido recuperadas
anteriormente mas, após alguns anos,
voltaram a apresentar as fissuras.
u
Figura 15
Colmatação das trincas e fissuras
u
Figura 16
Malha de aço para encapsulamento
da sapata
[1] ASTM C 1152/2012: Standard test method for acid-soluble chloride in mortar and concrete. Philadelphia, 2012.
[2] NBR 12655/2015: Concreto de cimento Portland – Preparo, controle e recebimento. Rio de Janeiro, 2015.
[3] NBR 7680/2007: Concreto: Extração, preparo e ensaio de testemunhos de concreto. Rio de Janeiro, 2007.
[4] MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: estrutura, propriedades e materiais. São Paulo: Pini, 2014
[5] RILEM RECOMMENDATIONS. CPC-18. Measurement of hardened concrete carbonation depth. 1988.
[6] NR 18/2013: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. Rio de Janeiro, 2013.
u
R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S
u
Figura 17
Sapata concretada