Revista Concreto & Construções - edição 83 - page 90

90 | CONCRETO & Construções
caso necessário, estudar as alternativas
consideradas adequadas para possíveis
intervenções. Foram analisados os pilares,
vigas, lajes, por meio de inspeção visual, e
feitos ensaios de profundidade de carbo-
natação e de teor de cloretos. Além disso,
as sapatas passaram por inspeções vi-
suais e por ensaio de resistência à com-
pressão, com extração de testemunhos e
ensaios laboratoriais petrográficos.
As sapatas inspecionadas e recupe-
radas no passado apresentavam muitas
trincas e fissuras (Figuras 1 e 2), ou seja,
voltaram a ter o mesmo quadro de ma-
nifestação patológica. Desta forma, a
empresa especializada solicitou o ensaio
de resistência à compressão dessas
sapatas e, após estudo do histórico da
fundação, dos fatores ambientais e das
características do edifício e diante dos
ensaios realizados, chegou-se à conclu-
são de que a fundação apresentava o
quadro de manifestação patológica co-
nhecido como reação álcali-agregado.
Ficou decidido, devido ao alto custo
do serviço, que a recuperação estrutu-
ral seria iniciada nas sapatas que já ti-
nham sido recuperadas, corresponden-
tes aos Pilares 10, 11 e 15 (destaque
em vermelho na Figura 3) e, em segui-
da, seria dada a sequência à recupera-
ção das outras sapatas.
2.3 Ensaios gerais realizados
Toda a estrutura do edifício passou
por uma inspeção geral, não somente as
sapatas que compõe a fundação, a fim
de identificar possíveis manifestações pa-
tológicas, para posterior correção. Assim,
a empresa contratada para realizar o lau-
do técnico de vistoria predial, executou
os seguintes ensaios nas estruturas:
u
Inspeção visual;
u
Avaliação da profundidade de
carbonatação;
u
Determinação do teor de íons cloreto;
u
Resistência à compressão, através
da extração de testemunhos.
Os ensaios de profundidade de car-
bonatação e teor de íons cloreto foram
necessários para o método de avalia-
ção do edifício, pois este é localizado
numa área urbana a 100 metros do
mar e sofre grande influência dos agen-
tes agressivos externos, como o gás
carbônico e a maresia. O croqui apre-
sentado na Figura 4 representa a dis-
tribuição estrutural do prédio e indica
onde foram realizadas as coletas de
materiais para a realização dos res-
pectivos ensaios. A cor verde repre-
senta o ensaio de carbonatação e a
azul o ensaio de cloretos, que foi rea-
lizado no Pilar 17, pois este é um dos
mais expostos às intempéries vindas
do ambiente de praia.
O ensaio para medir a profundidade
de carbonatação (aspersão de solu-
ção alcoólica de fenolftaleína, que indi-
ca se houve variação do pH natural do
u
Figura 1
Sapata SP (10+11) com fissuras
marcadas com giz
u
Figura 2
Sapata (10+11) com fissuras
marcadas com giz na sua face
lateral
u
Figura 3
Croqui esquemático com a
distribuição dos pilares e das
sapatas do edifício
u
Figura 4
Croqui esquemático das áreas dos ensaios
1...,80,81,82,83,84,85,86,87,88,89 91,92,93,94,95,96,97,98,99,...100
Powered by FlippingBook