Revista Concreto & Construções - edição 83 - page 10

10 | CONCRETO & Construções
u
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PERGUNTAS TÉCNICAS
L
i
que
o
senhor
é
um
especialista
em
al
-
venaria
estrutural
. P
or
isso
,
como
pre
-
ciso
de
alguém
que
saiba
mais
sobre
esse
assunto
para
me
esclarecer
algumas
-
vidas
,
decidi
lhe
escrever
,
pois
ninguém
parece
ter
muita
certeza
do
que
diz
a
respeito
. G
ostaria
de
saber
se
é
permi
-
tido
fazer
furos
de
7
cm
de
diâmetro
em
uma
parede
de
alvenaria
estrutural
para
atravessar
uma
tubulação
de
ar
condicio
-
nado
split
de
um
cômodo
para
outro
. O
u
seja
,
sei
que
não
é
possível
embuti
-
los
,
mas
ninguém
sabe
dizer
se
um
furo
tão
pequeno
comprometeria
a
estrutura
. M
as
como
não
quero
que
nenhum
prédio
caia
por
uma
decisão
precipitada
,
gostaria
de
saber
se
o
senhor
pode
me
dar
alguma
informação
a
respeito
. A
gradeço
desde
e
peço
desculpas
pelo
incômodo
.
PATRÍCIA FONSECA
S
ervidora
P
ública
F
ederal
C
entro
F
ederal
de
E
ducação
T
ecnológica
de
M
inas
G
erais
– CEFET-MG
É preciso avaliar como um todo. Realizar
um furo de 7 cm cruzando uma parede
estrutural de comprimento razoável, com
o furo executado com equipamentos
corretos e cuidado, não compromete a
estrutura. O ideal é fazer esse furo na ca-
naleta grauteada, no respaldo da laje.
É melhor que esse detalhe já faça parte
do projeto original, permitindo que seja
executado antes do grauteamento da
canaleta, deixando um tubo para pas-
sagem de instalações.
GUILHERME A. PARSEKIAN, COORDENADOR
DA PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTRUTURAS E
CONSTRUÇÃO CIVIL DA UFSCAR E PRESIDENTE
DO COMITÊ EDITORIAL
G
ostaria
de
parabenizá
-
lo
pela
excelente
discussão
sobre
o
cobrimento
das
estru
-
turas
de
concreto
armado
. F
oi
uma
exce
-
lente
aula
histórica
e
técnica
. A
cada
dia
aprendo mais
e mais
com
o
senhor
. R
ecor
-
do
-
me
de
quando
te
conheci
pessoalmente
no
congresso
nacional
de
patologia
em
S
obral
,
no
C
eará
,
no
ano
de
2003,
quan
-
do
eu
era
formando
.
G
ostaria
de
tirar
uma
dúvida
sobre
o
tema
.
T
enho
acompanhado
algumas
edificações
aqui
em
S
alvador
,
próximas
à
área
litorâ
-
nea
,
em
situação
de
corrosão
das
armadu
-
ras
em
lajes
e
vigas
. E
specificamente
notei
nas
lajes
notei
cobrimentos
que
variam
de
5
mm
a
15
mm
. P
ela
atual
tabela
3
da
NBR
6118,
a
recomendação
é
que
o
cobrimento
seja
de
35
mm
,
que
a
classe
de
agressivi
-
dade
ambiental
é
tipo
III.
N
este
caso
,
após
o
tratamento
da
corro
-
são
,
é
recomendado
que
se
faça
uma
ca
-
mada
de
cobrimento
(
grout
ou
projeção
de
argamassa
polimérica
)
para
se
atingir
os
atuais
limites
normativos
,
com
vistas
à
manutenção
da
durabilidade
da
estrutura
ou
uma
pintura
epoxídica
poderia
resolver
o
problema
?
PROF. DSC. FRANCISCO GABRIEL SANTOS SILVA
U
niversidade
F
ederal
da
B
ahia
– UFBA
Obrigado pelas amáveis palavras. Fico
feliz em saber de seu progresso e vitórias,
e de que hoje esteja professor universitá-
rio. Muito bom, mas não se afaste nunca
do meio produtivo (construção e projeto)
porque fazemos ciência aplicada, não ci-
ência básica.
Gostei de sua dúvida. Em princípio, nos
casos de retrofit deveríamos restabele-
cer a estrutura colocando-a dentro dos
prescrições atuais. Então, no caso de
durabilidade e corrosão de armadura, de-
veríamos aumentar o cobrimento até ficar
conforme com ABNT NBR 6118 e 12655.
Não existe uma regra geral consensua-
da e acordada nem normalizada. Cabe
sempre dialogar com o Proprietário. Em
geral eu adoto:
1. No caso de obra de reparo localizado
deixar como foi projetado e executa-
do. No caso de obra geral de retrofit,
na qual vai haver novo ‘Habite-se’ e
novos proprietários, convém aumen-
tar cobrimentos para ficar dentro das
prescrições atuais;
2. Obra Pública convém deixar dentro
da lei e obra privada depende de dia-
logar com proprietário;
3. As normas prescrevem espessura de
concreto, mas argamassas estrutu-
rais de areia e cimento e grouts são
considerados concretos. Podemos
chapiscar e aplicar argamassas de
areia e cimento ou escarificar e aplicar
graute com fôrmas tipo cachimbo;
4. Também se pode aplicar pintura su-
perficial, mas isso não está contem-
plado nas normas. Pode ser pintura
com caiação renovada a cada ano, ou
com tinta 100% acrílica para exterio-
res (MetaLatex ou Suvinil) renovada a
cada 4 anos (ver NBR 15575); ou tinta
ou verniz poliuretanico ou epóxi (não
pode receber luz do sol) renovados a
cada 8 anos (ver ANBT NBR 15575).
Porém, lembre-se que o maior problema
é incêndio. No caso que dependa de li-
beração do Corpo de Bombeiros, será
necessário pintar com tinta intumescen-
te ou aumentar cobrimento de concreto.
Não serve pintura imobiliária usual.
PAULO HELENE, DIRETOR DE RELAÇÕES
INSTITUCIONAIS DO IBRACON E MEMBRO DO
COMITÊ EDITORIAL
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