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IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 2
R. M. F. CANHA |
G. M. CAMPOS |
M. K. EL DEBS
2.2 Armadura vertical principal – A
s,vp
A armadura vertical principal
vp,s
A
é definida como aquela
distribuída nos cantos das paredes longitudinais e transversais.
Essa armadura, representada na Figura 6, tem função resistente
no lado tracionado da ligação, mas por questões construtivas, é
disposta simetricamente nos cantos.
Considerando a constatação de Canha [4] de que os modelos com
interface rugosa apresentaram comportamento semelhante ao de
uma ligação monolítica, ocorrendo assim a transferência total do
momento e da força normal do pilar para o cálice, a teoria da fle-
xão é recomendada para o dimensionamento da armadura verti-
cal principal nos cálice com interfaces rugosas. Entretanto, esse
modelo só é válido para cálice com comprimento de embutimento
determinado pela norma NBR 9062:2006 [6], pois verificou-se, nos
ensaios de Jaguaribe Jr. [9], que com valores reduzidos do com-
primento de embutimento, o cálculo da resistência da ligação pela
teoria da flexão forneceu um valor maior que a resistência experi-
mental obtida nos modelos ensaiados por esse autor.
Nesse trabalho, é apresentado o refinamento do modelo para o di-
mensionamento das armaduras verticais, originalmente proposto
por Canha [4], adicionando-se algumas considerações e recomen-
dações, o qual é apresentado na Figura 7.
Para um cálculo mais preciso, devem ser consideradas todas as ar-
maduras verticais contribuindo para a resistência da ligação e um dia-
grama parabólico-retangular de tensões de compressão no concreto.
Para aplicações práticas, um cálculo simplificado pode ser utiliza-
do, considerando um diagrama simplificado de tensões no con-
creto com altura igual a 0,8 da profundidade da linha neutra e a
resultante de tração determinada pela contribuição somente das
armaduras verticais principais situadas nos cantos da parede pos-
terior e pela armadura vertical secundária dessa mesma parede.
Assim, a armadura total resultante do cálculo pela teoria da fle-
xão é determinada pela equação 3 e a armadura
vp,s
A
pode
ser calculada.
(3)
vst ,s
vp,s
tot ,s
A A2
A
+ × =
Para o dimensionamento das armaduras secundárias do cálice
com interface rugosa, devem ser adotadas as mesmas recomen-
dações que consideram o comportamento de consolo curto das
paredes longitudinais. Observa-se que no cálculo pela teoria da
flexão, a armadura
vst ,s
A
é incluída no cálculo de
tot ,s
A
e tem
valor de
vp,s
A40,0
×
. Essa armadura secundária é utilizada no
cálice para resistir a esforços secundários e controlar a fissuração
nas paredes do colarinho.
Na Figura 7, tem-se:
bd
M
: Momento fletor de cálculo na base do cálice
cc
R
: Resultante de compressão no concreto do cálice
Figura 6 – Posicionamento das armaduras do colarinho
B
B
Corte A-A
A
s,vsl
A
s,vp
A
s,vp
A
s,vst
d
N
d
M
d
V
A
A
A
s,hpt
A
s,hpl
Corte B-B
A
s,vsl
A
s,vp
A
s,vp
A
s,vst
A
s,hst
A
s,hsl
parede
trans. posterior
parede
longitudinal
parede
trans. frontal
parede
longitudinal