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IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 2
T.E.T. BUTTIGNOL |
L.C ALMEIDA
firmou a hipótese em testes preliminares realizados. O terceiro
motivo, segundo [1], é o que provavelmente mais colaborou para
o aumento da rigidez da estrutura, visto que houve um descola-
mento das faces das estacas sobre a face bloco durante o ensaio
experimental. Dessa forma, [1] sugere a utilização de elementos
de contato para as ligações entre os elementos estruturais.
Em face disto, todas as modelagens numéricas foram realizadas
com elementos de contato nas interfaces do bloco com o pilar e as
estacas. Além disso, foi reduzida a restrição imposta à movimen-
tação das estacas para observar o comportamento da estrutura
quanto à rigidez.
A diminuição da área dos apoios na base das estacas permitiu que
o bloco tivesse um maior deslocamento e apresentasse maiores
deformações. Isto está de acordo com as observações de Ramos
[12] que, através de análise computacional, mostrou que “o com-
portamento estrutural do bloco é fortemente influenciado pelo tipo
de vinculação das estacas e pela rigidez do bloco”.
3.2 Resumo dos resultados experimentais
de Delalibera [1]
Os resultados de Delalibera [1] demonstram que os blocos resisti-
ram até o início do processo de esmagamento do concreto, quan-
do se inicia a formação de um plano de ruptura ao longo da altura
da peça originado pela ação da força cortante. A ruína ocorreu por
esmagamento do concreto na região nodal (superior ou inferior) e
por fendilhamento do bloco ao longo das bielas comprimidas. Na
maioria dos casos, a ruptura do concreto ocorreu antes do escoa-
mento da armadura.
As deformações dos tirantes não foram constantes ao longo das
barras de aço dos tirantes, ocorrendo redução significativa nas
regiões nodais inferiores. E a deformação nas extremidades das
barras dos tirantes foi praticamente nula, independentemente da
existência de ganchos de ancoragem.
Nos modelos ensaiados com armadura de fendilhamento (bar-
ras de aço dispostas perpendicularmente às bielas com a fun-
ção de absorver as tensões de tração e resistir ao fendilhamen-
to do concreto) proposta por [1], houve aumento da resistência
do bloco, que apresentou deformações intensas na seção que
atravessa as bielas.
Todos os modelos apresentaram comportamento semelhante,
com a formação da primeira fissura na zona nodal inferior, junto à
estaca, e sua propagação até a zona nodal superior, junto ao pilar.
As fissuras se desenvolveram ao longo das bielas com formação
nítida de um plano de ruptura.
Por meio do fluxo de tensões principais de compressão, [1] cons-
tatou que houve maior concentração de tensões logo abaixo do pi-
lar e nas seções das estacas mais afastadas das bordas do bloco.
Figura 1 – Detalhamento da geometria e armadura (estribos e tirantes) dos blocos sobre estacas
Figura 2 – Detalhamento da armadura
de fendilhamento do modelo 4