Revista Concreto & Construções - edição 92 - page 7

CONCRETO & Construções | Ed. 93 | Jan – Mar • 2019 | 7
PERGUNTAS TÉCNICAS
N
a
edição
passada
da
CONCRETO &
C
onstruções
,
é
afirmado
na
matéria
que
compara
as
centrais
dosadoras
e
as
cen
-
trais
misturadoras
que
as
desvantagens
dessas
últimas
seriam
seu
maior
custo
de
investimento
e
operação
,
bem
como
a
restrição
de
volume
por
amassada
. N
a
sequência
,
afirma
-
se
que
essas
desvanta
-
gens
explicariam
por
que
existem
poucas
centrais
misturadoras
no
B
rasil
,
em
ge
-
ral
concentradas
nas
empresas
de
pré
-
-
fabricados
de
concreto
,
em
razão
das
especificidades
do
processo
de
produção
.
Q
uais
são
essas
especificidades
de
pro
-
dução
na
indústria
de
pré
-
fabricados
de
concreto
que
explicam
o
uso
de
centrais
misturadoras
?
A concretagem dentro de uma indús-
tria segue rígidos padrões estabele-
cidos na ABNT NBR 9062 Projeto e
Execução de Estruturas de Concreto
Pré-moldado, principalmente no que
diz respeito às resistências de desfor-
ma ou liberação de protensão das pe-
ças, que necessitam ter a sua resis-
tência inicial atingida em horas, o que
é função do ciclo de produtividade de
cada fábrica, variável de acordo com
a demanda que determina o planeja-
mento e controle de produção. Além
disso, dentro da indústria é comum a
utilização de concretos especiais, que
variam desde abatimento zero, para
o caso de produção de peças com
a tecnologia de extrusão (é o caso
das Lajes Alveolares quando produ-
zidas com este tipo de equipamen-
to), até os concretos de abatimento
elevado e o concreto autoadensável,
utilizado atualmente em mais de 60%
do volume das empresas associadas
à Abcic.
O fato de o concreto ser dosado
para as resistências iniciais, ocasião
em que as peças em baixa idade são
manuseadas, transportadas e arma-
zenadas, faz com que se lance mão
de consumos de cimento mais altos
e tecnologia de aditivos para garantir
essas resistências. Para se ter uma
ideia, a norma especifica que o con-
creto tem que se atingir resistên-
cia a compressão de 21,0 MPa no
mínimo para liberar a protensão de
peças protendidas. Isto se dá, de-
pendendo do ciclo, com menos de
24 horas. Estamos, portanto, falan-
do de concretos muito mais coesos
do que os em usos convencionais.
O misturador planetário indubitavel-
mente propiciará uma mistura muito
mais eficiente, mais homogênea em
menos tempo.
Especialmente para os concretos mais
secos, com abatimento de zero a três
centímetros, concretos mal mistura-
dos podem ocasionar inú­meros pro-
blemas, desde a de-
formidade das peças,
sujeitas a rigorosas
tolerâncias estabele-
cidas também pelas
normas
aplicáveis,
até falta de aderência
nos cabos de pro-
tensão, ocasionando
o
escorregamento
do cabo ao liberar
a protensão.
O pequeno volume
de capacidade do misturador que se-
ria um problema para as centrais que
fornecem concreto usinado, na indús-
tria deixa de ser um problema, posto
que liberar os concretos que serão
utilizados nas peças de acordo com
as frentes de trabalho estabelecidas
na produção melhora sobremaneira a
logística das concretagens.
Na maior parte dos casos, o contro-
le de umidade dos agregados se dá
por sensores instalados dentro dos
misturadores, a fim de assegurar o
abatimento correto, considerando as
correções necessárias, posto que o
processo é automatizado. No caso
dos aditivos utilizados para concretos
de alto abatimento, muito sensíveis à
variação de água, tem-se uma segu-
rança muito maior em relação à produ-
ção de grandes volumes, sem contro-
le automatizado.
Outro fator preponderante para a logís-
tica da indústria é o tempo de mistura,
fundamental para o ciclo das fábricas.
Os misturadores de eixo vertical pla-
netários possibilitam uma homogenei-
zação eficiente em tempo significativa-
mente menor.
Do ponto de vista operacional, a uti-
lização dos misturadores de alta efi-
ciência também será fundamental para
implementar os concretos UHPC (Ultra
High Performance Concrete), que uti-
lizam fibras em sua composição, que
são a tendência da indústria do pré-
-fabricado.
Em síntese: a tecnologia de mistu-
ra é fundamental para a logística e
qualidade final dos elementos de
concreto pré-moldado, no que diz
respeito ao acabamento, controle
de processo, resistência e desenvol-
vimento tecnológico. É uma questão
de produtividade, competitividade
e sustentabilidade.
Aos interessados em aprofundar-
-se no tema, como ponto de partida
u
converse com o ibracon
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