Revista Concreto & Construções - edição 92 - page 8

8 | CONCRETO & Construções | Ed. 92 | Out – Dez • 2018
u
editorial
D
izem que o concreto é o material mais uti-
lizado depois da água. É muito difícil en-
contrar uma edificação sem a presença de
concreto, ou algum material cimentício, nos
mais variados sistemas construtivos pos-
síveis. A grandeza das aplicações práticas do concreto
não é menor que a relevância deste para a engenharia
nacional. Exemplo clássico dessa relevância é a própria
instalação da ABNT, cuja primeira norma, antiga NB1,
foi a de projeto e execução de estruturas de concreto.
Ao ler a excelente entrevista com o Professor Sérgio
Hampshire, o leitor irá aprender, dentre vários outros
pontos, que a criação da norma brasileira sobre ações
sísmicas (um dos temas desta edição) ocorreu por con-
ta de uma necessidade de internacionalização da norma
brasileira NBR 6118 e contou com intensa participação
do comitê de estruturas de concreto. Não perca essa
aula em formato de entrevista.
Muitas vezes sistemas desenvolvidos ou melhorados por
brasileiros têm reconhecimento mundial. Pode-se citar o
caso da alvenaria estrutural (arrisco dizer que o caso bra-
sileiro é o maior sucesso mundial desse sistema na histó-
ria moderna, como caminha a ser o sistema de paredes
de concreto moldadas no local) e vários casos de empre-
sas nacionais que estão ganhando mercado na América
do Sul e ao redor do mundo com sistemas de softwares
para projeto e detalhamento de estruturas, sistemas de
protensão, sistemas de formas. Construtoras brasileiras
realizam obras no mundo todo. Esse sucesso é fruto da
dedicação, criatividade e competência dos profissionais
brasileiros. Devemos ter orgulho desses exemplos. As
edições de 2018 trouxeram vários registros desses casos
de sucesso.
O Congresso Brasileiro do Concreto (CBC) é, anualmen-
te, o fórum que reluz toda a excelência das várias tecno-
logias com uso deste material. Apesar do nome “Brasi-
leiro”, nosso congresso é internacional, com participação
de profissionais de 15 países, além dos palestrantes con-
vidados, Dr. Roberto
Stark e Dr. Pedro Cas-
tro ambos, do México,
Prof. Ian Richardson, da
Inglaterra, e Dr. Carlos
Alberto Matias Ramos, de Portugal. Grandes discussões
ocorreram nos Seminários “Segurança Contra Incêndio”,
“Controle Tecnológico”, “Boas Práticas na Execução”,
“Novas Tecnologias”, “Mesas Redondas” e no evento pa-
ralelo “
Dam World
”.
Infelizmente é necessário destacar os casos de duas
tragédias recentes envolvendo estruturas de concreto e
aprender as lições. Ainda tenta-se entender o caso do
incêndio do Edifício Wilton Paes, o que levou ao colapso
dessa estrutura em tempo tão curto. Parte da resposta
é encontrada nos comentários do Prof. Paulo Helene na
seção desta edição que destaca a discussão durante o
CBC. A partir dessa fica a questão: “é necessário con-
siderar ações decorrentes de elevadas variações dife-
renciais de temperaturas na situação de incêndio em es-
truturas arrojadas de edifícios, em especial àquelas com
grandes balanços e não simetrias críticas?”.
Outro caso é o desabamento parcial de viaduto da Margi-
nal Pinheiros, novamente na cidade de São Paulo. A cria-
tividade e competência da engenharia nacional traba-
lhou incansavelmente para, em curto tempo, escorar a
estrutura e elaborar soluções para recuperação. Porém,
todo engenheiro sabe que o custo de manutenção preven-
tiva é uma ínfima parcela da despesa inevitavelmente gas-
ta quando ocorre um acidente e uma recuperação é ne-
cessária. Em edições anteriores, a Revista CONCRETO &
Construções apresentou procedimentos, normas, exem-
plos de casos, destacando a importância da inspeção
e manutenção programada de estruturas de concreto,
como forma de garantir não apenas a fundamental se-
gurança dos usuários, mas também de evitar enormes
prejuízos como o triste exemplo ora ocorrido. O IBRA-
CON fez vários manifestos e tem um curso específico de
Concreto: ontem,
hoje e amanhã!
Caro leitor,
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