Revista Concreto & Construções - edição 84 - page 17

CONCRETO & Construções | 17
SABEMOS QUE RECALQUES DIFERENCIAIS ENTRE OS
ELEMENTOS DE FUNDAÇÃO E, CONSEQUENTEMENTE,
ENTRE OS PILARES DA SUPERESTRUTURA, EXISTEM.
POR QUE ENTÃO IGNORÁ-LOS?
na grande maioria dos edifícios
convencionais do ramo imobiliário.
Em obras especiais, como linhas de
metrô, barragens, obras especiais,
esses softwares são empregados
com frequência. Existem também
outros softwares disponíveis para esta
função, softwares mais expeditos
e práticos, que também, nos dias
atuais, quase não são empregados.
O que sabemos, com certeza, é que
a superestrutura de uma edificação
e os seus elementos de fundação
estão intimamente ligados. Sabemos
também que recalques diferenciais
entre os elementos de fundação e,
consequentemente, entre os pilares
da superestrutura, existem. Por que
então ignorá-los? O assunto está
presente e é tema atual de grandes
conversas e discussões. Segundo
o meio geotécnico, a elaboração
de um projeto totalmente integrado
(infra + superestrutura) é ainda
complexa. Da forma como se projeta
hoje - fundações independentes da
estrutura - os geotécnicos dizem que
tem “funcionado” muito bem sem
problemas. Segundo os engenheiros
estruturais, a introdução de recalques
diferenciais na estrutura provoca
maiores esforços, maiores taxas de
concreto e armaduras, levando a um
projeto mais oneroso financeiramente.
No máximo, o engenheiro estrutural
hoje aplica coeficientes de recalque
vertical na base dos pilares. A minha
experiência diz que já está mais do
que na hora
de enfrentar
esse problema
de frente.
Atualmente, está
sendo formado
um grupo de
estudos para
tentar evoluir,
tecnicamente, no
equacionamento
dessa importante
questão.
Participarão
deste grupo engenheiros estruturais,
geotécnicos e empresas de software.
Complementando, creio também que
temos um grande obstáculo técnico
para enfrentar nessa questão - trata-
se de equacionar o comportamento
reológico do concreto armado, tanto
dos elementos de fundação como
da superestrutura. Especialmente
neste caso, é preciso que o software
reconheça que a infra e superestrutura
não é executada e carregada
instantaneamente, e sim ao longo
de alguns meses ou anos. Outro
ponto importante seria a definição
de quesitos normativos para auxiliar
os estruturalistas e geotécnicos na
abordagem do problema.
IBRACON
– E
m
edifícios
residenciais
e
comerciais
ainda
se
tem
presenciado
a
ocorrência
de
patologias
em
alvenarias
e
revestimentos
,
decorrentes
de
excessiva
flexibilidade
da
estrutura
. Q
uais
recursos
têm
sido
introduzidos
nos
softwares
estruturais
no
sentido
de
aperfeiçoar
as
estimativas
,
considerando
a
incidência
e
o
desenvolvimento
de
fissuras
nas
peças
fletidas
,
retração
e
deformação
lenta
do
concreto
?
N
elson
C
ovas
– A questão da
flexibilidade da estrutura é uma
questão prescrita nas nossas
normas técnicas. Toda estrutura
se deforma sob a ação de cargas
verticais e forças horizontais. A
norma brasileira estabelece limites
para o deslocamento horizontal no
topo edifício, no estado limite de
serviço (ELS), sob a ação de forças
horizontais. O mesmo ocorre para o
deslocamento horizontal entre pisos
de um edifício. O edifício também
pode se deslocar horizontalmente
sob a ação de cargas verticais. Com
relação a deslocamentos verticais,
é necessário verificar a flecha das
vigas e lajes no ELS. Além da flecha
Modelos ELU e ELS
França & Associados Engenharia
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