Revista Concreto & Construções - edição 84 - page 27

CONCRETO & Construções | 27
além de uma comissão dedicada a ela,
possui subcomissões dentro de outras
comissões, como a de estruturas, de
pré-fabricação e de durabilidade, que
se dedicam a pensar e desenvolver o
conceito. Como resultado disso, a
fib
lançou diversos boletins dedicados a
diferentes aspectos da sustentabilidade,
o
fib Mode Code 2010
para Estruturas
de Concreto incluiu o desempenho am-
biental entre os requerimentos a serem
levados em conta como dados de entra-
da para a elaboração do projeto de es-
truturas, o que implica a estipulação de
uma longa vida útil para as construções
na fase de projeto, e o
fib Mode Code
2020
vai incluir a sustentabilidade entre
seus princípios gerais e estendê-la aos
requerimentos de desempenho relativos
à segurança e funcionalidade (redun-
dância de elementos estruturais), além
de explicitá-la entre os requerimentos de
desempenho ambiental. “O novo Códi-
go Modelo da
fib
será o produto de es-
forços da comunidade internacional na
elaboração de uma norma internacional
para incorporar as diferentes dimensões
da sustentabilidade no projeto de estru-
turas de concreto”, concluiu Peiretti.
Roberto Stark, presidente da
Stark+Ortiz, empresa de consultoria si-
tuada na Cidade do México, envolvida
em projetos estruturais para edificações
e infraestrutura, e professor do Depar-
tamento de Estruturas na Universidade
Nacional do México (UNAM), abordou
os sistemas estruturais e os materiais
usados na construção de edifícios al-
tos no México, região com uma ge-
ologia complicada, caracterizada por
solos moles, sujeita a terremotos e fu-
racões. Segundo dados do Conselho
sobre Edifícios Altos e Habitat Urbano
(CTBUH,na sigla em inglês), a maior
parte dos edifícios altos está na Ásia
(64%) e no Oriente Médio (21%), sendo
que 73% dos edifícios altos no mun-
do utilizam o concreto como sistema
Mesa com o coordenador e os palestrantes no
Seminário para debate com o auditório
b r a s e m C o n c r e t o A u t o a d e n s á v e l
O palestrante enfatizou a necessidade de verificar a qualidade do
concreto produzido, ainda em seu estado fresco, sendo necessário
realizar ensaios que possam garantir a aceitação do concreto antes
do lançamento do mesmo nas fôrmas. Foram apresentadas diversas
situações nas quais o pesquisador teve que intervir para realizar
melhorias no processo construtivo, a fim de garantir a qualidade dos
elementos estruturais que estavam sendo produzidos.
O palestrante Ricardo Alencar apresentou os diversos aditivos
aplicados na produção, não só dos concretos autoadensáveis, mas
também de outros materiais à base de cimento. A evolução dos
concretos, sem sombra de dúvidas, se dá ao avanço tecnológico
desenvolvido dos aditivos para concreto.
A evolução dos aditivos utilizados para a produção do concreto
autoadensável faz com que a produção do concreto apresente
as características desejáveis no seu estado fresco, sem que haja
grandes variações nos lotes produzidos. Seguindo nesta ideia
de tornar a produção do CAA mais confiável, Cristyan Rissardi
apresentou a importância de se determinar a robustez nos concretos
autoadensáveis. O palestrante apresentou o conceito básico da
robustez do traço do CAA. A produção em larga escala, as pequenas
variações de pesagem dos materiais e as mudanças constantes das
propriedades físicas dos agregados, como a granulometria, fazem
com que as variações no produto final sejam notadas, principalmente
no estado fresco. Foram ilustrados inúmeros fatores que levam à
perda de robustez nos traços do CAA, bem como alguns métodos
utilizados para a avaliação dessa primordial propriedade do concreto.
Cristyan mostrou as pesquisas já realizadas com relação à robustez
dos traços e também pode expor algumas lacunas que ainda não
são bem conhecidas pelo meio técnico, e, a fim de supri-las, ele
apresentou de forma sucinta o estudo que está sendo realizado no
instituto itt Performance, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
A revisão da norma de concreto autoadensável (ABNT NBR 15823)foi
comentada no seminário pela Profa. Mônica Barbosa, que presidiu os
trabalhos de revisão da norma.
De forma sucinta e objetiva, o seminário atendeu às expectativas.
Foi possível perceber o elevado número de pessoas interessadas
no tema, de diferentes setores (pesquisadores, alunos, profissionais
liberais, fabricantes, fornecedores de produtos entre outros). O
seminário se mostrou, mais uma vez, um excelente evento, onde
todos os envolvidos com a construção civil podem buscar se
aprofundar sobre o assunto.
Relato de ROBERTO CHRIST
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