Revista Concreto & Construções - edição 80 - page 64

64 | CONCRETO & Construções
u
57º CBC
Q
uando se constrói obras de
infraestrutura uma questão
fundamental, tanto para
melhorar o custo-benefício social e
econômico quanto para minimizar o im-
pacto ambiental dessas intervenções,
é a da durabilidade de suas estruturas,
isto é, a capacidade destas para su-
portar as condições físicas e químicas
a que estarão expostas e que podem
provocar sua degradação em função
de efeitos diferentes daqueles associa-
dos às cargas e solicitações a que es-
tarão submetidas durante seu uso.
As cargas e solicitações a que uma
estrutura estará submetida são conside-
radas na análise estrutural do projeto de
uma obra, cujo parâmetro a ser conside-
rado é o da segurança estrutural, a ca-
pacidade da estrutura em resistir a esses
esforços e solicitações. Mas, as condi-
ções físicas e químicas relacionadas com
a durabilidade da estrutura são avaliadas
por meio de outro parâmetro, o de sua
vida útil, o período de tempo no qual a
estrutura conserva sua segurança estru-
tural, sua funcionalidade e sua estética
em níveis definidos no projeto estrutural,
sem custos inesperados de manutenção,
prestando seus serviços para a popula-
ção e para os agentes econômicos.
Quanto mais durável é uma obra,
menor será a manutenção necessária
para mantê-la em serviço, maior será
seu tempo de uso e, consequentemen-
te, menor será a necessidade de novos
investimentos em obras similares, me-
lhorando de uma forma geral seu custo/
benefício e minorando seus impactos
ambiental e social.
O tema foi debatido no II Simpósio
sobre Durabilidade das Estruturas de
Concreto, evento paralelo ao 57º Con-
gresso Brasileiro do Concreto, ocorrido
em 29 de outubro, no Centro de Con-
venções de Bonito. O Simpósio convidou
para falar sobre o tema dois dos maiores
especialistas na área.
Carmen Andrade, pesquisadora no
Instituto de Ciências da Construção “Edu-
ardo Torroja”, na Espanha, é uma espe-
cialista em corrosão de armaduras, “es-
pecialmente emmétodos para a avaliação
da corrosão de armaduras em estruturas
de concreto”, justificou o Prof. Enio Pazini,
coordenador do II Simpósio. Sua palestra
abordou justamente os avanços teóricos
alcançados na modelagem da corrosão
das armaduras em estruturas em condi-
ções reais de exposição.
Segundo ela, a corrosão de arma-
duras é um dos principais mecanismos
responsáveis pela deterioração do con-
creto, podendo ser causada por diversos
fatores externos, como a presença de
gás carbônico em ambientes urbanos e a
presença de cloretos em ambientes mari-
nhos. O gás carbônico e os cloretos pe-
netram pouco a pouco no concreto, que
tem a função de proteger o aço em seu
interior com uma película despassivadora,
Das especificações prescritivas para as
baseadas no desempenho no projeto da
durabilidade do concreto
Pesquisadora Carmen Andrade em sua palestra no Simpósio de Durabilidade
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