Revista Concreto & Construções - edição 80 - page 20

20 | CONCRETO & Construções
SE O MERCADO COMPRADOR NÃO ESTIVER PREPARADO
PARA EXIGIR E COMPRAR UMA ENGENHARIA DE
QUALIDADE, O MERCADO FORNECEDOR TERÁ
DIFICULDADE PARA SE DESENVOLVER
Empreendimento, que disponibilizaria
para a sociedade em geral e para
as áreas específicas da engenharia
a experiência de implantação do
empreendimento.
Seria assim estabelecido um
programa de melhoria contínua,
de desenvolvimento tecnológico
sustentável, registrando e divulgando a
experiência acumulada.
IBRACON
– O
país
tem
utilizado o que
de mais moderno
em
tecnologias
de
construção
de
pontes
,
viadutos
e
túneis
?
Q
uais
são
essas
tecnologias
e
para quais
situações
são mais
recomendadas
? E
xiste
uma
tendência
no
setor
de
se
caminhar
para
a
industrialização
da
construção
?
P
or quê
?
L
uciano
A
fonso
B
orges
– Em
princípio a engenharia nacional vem
acompanhando e aplicando as
modernas tecnologias de construção
de pontes, viadutos e túneis. Estão aí
as obras estaiadas de grandes vãos e
os grandes túneis como testemunhos
dessa realidade.
O que ocorre é que o Brasil poderia
estar muito melhor se houvesse
por parte dos clientes uma
política de valorização e estímulo
ao desenvolvimento da nossa
engenharia. O desperdício que
presenciamos é de estarrecer. Os
clientes empobreceram tecnicamente,
as equipes técnicas ficaram reduzidas
pela aposentadoria de seus membros,
não houve renovação.
Os clientes privados, por sua vez, só
agora começam a estar mais bem
preparados para fazerem contratações
mais adequadas, evitando que o preço
mínimo prevaleça sobre todos os
fatores de qualidade.
Existe um princípio básico que reza
o seguinte: “a qualidade do mercado
fornecedor é ditada pela qualidade do
mercado comprador”.
Se o mercado comprador não estiver
preparado para exigir e comprar uma
engenharia de qualidade, o mercado
fornecedor terá dificuldade para se
desenvolver.
Nós estamos empobrecidos e a
sugestão da introdução da ATE nos
contratos pode ser uma atitude de
grande impacto e baixo custo para
ajudar a melhoria da nossa engenharia,
tanto de projeto como de construção,
da gestão do próprio cliente e das teses
e trabalhos nas universidades, com
grande repercussão para a sociedade,
para o desenvolvimento tecnológico
nacional e para a qualidade e custo dos
empreendimentos.
Quanto a caminhar para a
industrialização da construção, isto
deve ser sempre uma meta, porque
ela permite ganhar em produtividade,
qualidade, prazo e preço. Nos produtos
industrializados em série ela encontra
o seu ambiente mais propício. No
Ponte Itapaiúna sobre o Rio Pinheiros
CRÉDITO: CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT
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