Revista Concreto & Construções - edição 80 - page 18

18 | CONCRETO & Construções
IBRACON
– Q
ual
foi
sua
trajetória
profissional
desde
a
escolha
do
curso
de
engenharia
até
a
direção
de
uma
empresa
de
projetos
e
gerenciamento
envolvida
em
grandes
obras
de
engenharia
país
afora
?
L
uciano
A
fonso
B
orges
– A engenharia
civil sempre foi a área profissional
que mais me interessou. Após o meu
ingresso na Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, tive que
escolher o curso e a especialidade,
já que naquela época isto ocorria
já a partir do 3º ano do curso de
graduação. Optei pela especialidade
de Estruturas. Terminado o curso
em 1968, fui trabalhar na construção
de prédios na Construtora Itapuã e
passei a ministrar aulas na cadeira de
Pontes na Escola de Engenharia de
Lins, em substituição ao Prof. Maurício
Gertsenchtein, que fora meu professor
de concreto na Politécnica.
A área de construção de edificações
não me atraiu, de forma que, em 1970,
resolvi trabalhar em projetos de pontes
na Alemanha. Com o apoio do Prof.
Telemaco Van Langendonck, meu
professor na Politécnica, consegui
uma oportunidade no escritório do
Prof. Fritz Leonhardt, de renome
internacional em concreto armado e
protendido e em pontes, cujos livros
me serviam de referência para as aulas
que ministrava em Lins.
Em meados de 1972, atendendo a
um convite do Prof. Maurício, retornei
para trabalhar na Maubertec que, na
época, tinha um conjunto de pontes
de grande porte do Anel Viário para
projetar. O empreendimento do Anel
Viário estava sob a responsabilidade
do DER (Departamento de Estradas
de Rodagem de São Paulo) e o
gerenciamento era realizado pelos
Consultores Gerais.
Em 1973 voltei a lecionar na Escola
de Engenharia de Lins na Cadeira
de Concreto II. Permaneci nesta
atividade acadêmica até 1986,
complementarmente colaborando
nas atividades do Departamento
de Engenharia Civil e na Fundação
Mantenedora da Escola.
Na Maubertec comecei na condução
dos projetos de pontes, porém, com o
passar do tempo, as atividades foram
ampliadas para as obras de metrô,
para as obras viárias, de saneamento
básico, edificações, industriais,
gerenciamento e fiscalização de
obras e para a manutenção de
ativos. Passados poucos anos, ainda
na década de 70, os engenheiros
Maurício Gertsenchtein e José Roberto
Bernasconi, sócios fundadores da
Maubertec, me convidaram para
participar da empresa como sócio,
convite que prontamente aceitei.
Minha atuação na Empresa, hoje, é de
Diretor Executivo, focada na produção
e na comercialização de projetos, com
uma certa dose de atuação institucional
através da Apecs e do Sinaenco.
IBRACON
– Q
uais
as
premissas
para
um
bom
projeto
de obras
de
arte
? Q
uais
fatores
são
determinantes
na
escolha
do melhor
partido
estrutural
? Q
ue
condições
são
imprescindíveis
de
serem
levadas
em
conta
no
projeto
estrutural
,
considerando
segurança
,
conforto
e
durabilidade
da obra
?
L
uciano
A
fonso
B
orges
– Um bom
projeto de obra de arte é aquele que
atende às condições de segurança
e conforto do usuário, aos requisitos
de durabilidade e economicidade, e
que garante uma inserção estética
agregadora ao meio ambiente.
A escolha do melhor partido
estrutural depende dos vãos que
devem ser vencidos e dos gabaritos
que devem ser obedecidos. A partir
dessas condicionantes, pode-se
escolher um elenco de partidos
estruturais que se mostrem mais
adequados, no que se refere aos
aspectos estéticos, econômicos,
construtivos e de segurança.
De maneira geral, as obras com vãos
maiores são mais dispendiosas do
que aquelas com vãos menores. Um
aspecto a ser observado na escolha
dos vãos é a adequada proporção entre
eles, sobretudo nos de extremidade.
Outro fator que pode fundamentar vãos
maiores é a condição do subsolo para a
fundação. Fugir de condições adversas
de fundação através de vãos maiores
pode ser uma solução econômica para
contornar custos e riscos elevados
AS OBRAS DE ARTE, COMO O PRÓPRIO NOME DIZ,
DEVEM PROPORCIONAR AO SEU ENTORNO UMA BELEZA
DECORRENTE DA SUA ARQUITETURA E DA FORMA
COMO SE INSEREM NA PAISAGEM
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