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IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 1
Cement-base bearing pads mortar for connections in the precast concrete: study of surface roughness
1. Introdução
Os elementos pré-moldados se caracterizam por oferecer facili-
dades na fabricação. Por outro lado, a necessidade de realizar
as ligações entre esses elementos, para formar as estruturas,
constitui um dos principais problemas a serem enfrentados no
emprego da pré-moldagem. Assim, as ligações são as partes
mais importantes no projeto das estruturas de concreto pré-mol-
dado, sendo de fundamental importância tanto no que se refere à
sua produção (fabricação de parte dos elementos adjacentes às
ligações, montagem da estrutura e serviços complementares na
obra) como para o comportamento da estrutura definitiva.
A transferência de tensões de compressão nas ligações entre
componentes de concreto pré-moldado normalmente é feita me-
diante contato direto ou mediante a colocação de placa entre as
partes. Devido à baixa resistência à tração e o comportamento
frágil do concreto, a primeira maneira (contato direto) é pouco
empregada e é limitada a casos onde ocorrem tensões de com-
pressão muito baixas.
Na segunda forma, uma placa é colocada entre os elementos,
sendo esta feita de material com uma boa capacidade de de-
formação para minimizar a concentração das tensões de com-
pressão.
Normalmente, estas placas são denominadas almofadas de
apoio e são feitas de elastômero, sendo as mais comuns as
almofadas de policloropreno. Por ser um material bastante de-
formável, estas almofadas acomodam as irregularidades da su-
perfície, promovendo uma distribuição de tensões mais uniforme
e permite certos movimentos da estrutura. Os movimentos per-
mitidos são a rotação e o deslocamento horizontal. A rotação
faz com que o comportamento da ligação seja próximo de uma
ligação articulada. O deslocamento horizontal possibilita aliviar
as tensões provenientes da variação de comprimento dos ele-
mentos apoiados, o que seria uma grande vantagem deste tipo
de material quando esta variação de comprimento introduz esfor-
ços de grande magnitude na estrutura. As desvantagens deste
tipo de material são o custo, a durabilidade inferior a do concreto,
baixa resistência a situações de incêndios e resistência à com-
pressão relativamente baixa.
Este trabalho apresenta o desenvolvimento de almofadas a base
de argamassa de cimento Portland, modificadas para serem mais
deformáveis e apresentar maior tenacidade que as argamassas
usuais. As almofadas deste material têm a finalidade de transfe-
rir tensões de compressão, uniformes ou não, de forma a evitar
a concentração de tensões e, se for o caso, permitir pequenas
rotações entre os elementos, sem introduzir elevadas tensões
junto a borda da área de contato. Estas almofadas de argamassa
são feitas de cimento Portland e areia, adicionados os seguintes
componentes: a) agregado leve ou um aditivo incorporador de ar,
b) latex, e c) fibras curtas.
O agregado leve (vermiculita termo-expandida) ou agente incor-
porador de ar aumenta significantemente a capacidade de de-
formação do material no estado endurecido. Devido à presença
de tensoativos usados na produção do látex, uma quantidade
significativa de ar pode ser incorporada à mistura, aumentando
também a capacidade de deformação do material. A adição das
fibras reduz a trabalhabilidade da mistura e pode incorporar ar
no material endurecido, reduzindo o seu módulo de elasticidade.
Vários estudos foram realizados para obter misturas com o mó-
dulo de elasticidade reduzido porém com forças compressivas
aceitáveis: Barboza et al [1], El Debs et al [2], El Debs et al [3], El
Debs et al [4], Montedor [5] e Siqueira [6].
Como as almofadas de argamassa são menos deformáveis que
as correspondentes de policloropreno, estas promovem, a princí-
pio, uma maior rigidez da estrutura. No caso da ligação viga-pilar
com chumbador grauteado, a substituição das almofadas elasto-
méricas por este tipo de almofada torna possível a transmissão
parcial do momento fletor e, consequentemente, aumenta a rigi-
dez da estrutura. Uma comparação entre as almofadas de arga-
massa e as de policloropreno pode ser vista em Montedor [5].
Figura 1 – Confecção das Almofadas
Almofada em processo de cura
B
Moldagem da almofada
A