CONCRETO & Construções  |  117
        
        
          e capacidade de usos originais quando
        
        
          submetido aos ambientes para o qual
        
        
          foi projetado. De acordo com a ACI
        
        
          201.2R –
        
        
          
            Guide to Durable Concrete
          
        
        
          (2008), a durabilidade do concreto de
        
        
          cimento Portland é determinada por
        
        
          sua capacidade de resistir à ação de
        
        
          intempéries, ataques químicos (sulfatos
        
        
          e cloretos, por exemplo), à abrasão ou
        
        
          a qualquer outro tipo de deterioração.
        
        
          Aïtcin (2000) destaca que a expressão
        
        
          “durabilidade do concreto” caracteriza-
        
        
          -se pela resistência deste material ao
        
        
          ataque de agentes físicos e químicos.
        
        
          Conforme destaca Figueiredo
        
        
          (2005), a literatura sobre durabilidade
        
        
          de estruturas em concreto armado
        
        
          frequentemente aborda a temática de
        
        
          cloretos, ressaltando que esse é um
        
        
          dos maiores causadores de proble-
        
        
          mas relacionados à corrosão de arma-
        
        
          duras. Segundo o autor, são diversos
        
        
          os fatores que influenciam na veloci-
        
        
          dade de penetração e profundidade
        
        
          dos íons cloreto (até que atinjam a ar-
        
        
          madura), sendo esses a composição,
        
        
          tipo e quantidade de cimento, a rela-
        
        
          ção água/cimento, o adensamento e a
        
        
          cura, dentre outros.
        
        
          Segundo Almeida e Sales (2014), a
        
        
          porosidade e a permeabilidade apre-
        
        
          sentam uma parcela relevante na faci-
        
        
          litação da penetração de cloretos no
        
        
          concreto. Segundo os autores, alguns
        
        
          estudos evidenciam que a incorpora-
        
        
          ção de agregados mais finos ou adi-
        
        
          ções minerais levam à diminuição na
        
        
          distribuição do volume de poros na
        
        
          matriz cimentícia, podendo resultar na
        
        
          redução significativa da penetração de
        
        
          íons cloreto.
        
        
          Desse modo, estudos a respeito da
        
        
          durabilidade de concretos com incor-
        
        
          poração desses agregados mais finos
        
        
          e adições minerais devem ser elabora-
        
        
          dos, no intuito de verificar se o concre-
        
        
          to formado apresenta maior resistên-
        
        
          cia ao ataque de agentes agressivos
        
        
          físicos e químicos.
        
        
          
            2. OBJETIVO
          
        
        
          O presente estudo se propôs a ava-
        
        
          liar a resistência ao ataque por cloretos
        
        
          em paralelo à resistência à compressão
        
        
          do concreto, com substituição parcial
        
        
          da areia natural por CBC em percentu-
        
        
          ais de 5, 10, 15, 20, 25, 30, 40 e 50%.
        
        
          
            3. PROCEDIMENTOS
          
        
        
          
            METODOLÓGICOS
          
        
        
          Para a elaboração do presente es-
        
        
          tudo, procedeu-se ao rompimento das
        
        
          amostras para obtenção da resistência
        
        
          característica à compressão e à reali-
        
        
          zação do ensaio de penetração de clo-
        
        
          retos por aspersão de Nitrato de Pra-
        
        
          ta (EPCANP), proposto pela AASHTO
        
        
          T259 –
        
        
          
            Rapid determination of Chlo-
          
        
        
          
            ride Permeability of Concrete – Stan-
          
        
        
          
            dard Specification for Transportation of
          
        
        
          
            Materials and Methods of Sampling and
          
        
        
          
            Testing
          
        
        
          (1980), que fornece o coeficien-
        
        
          te de difusão de cloretos do concreto
        
        
          a partir da profundidade de penetração
        
        
          destes íons no corpo de  prova (CP) ao
        
        
          longo do tempo.
        
        
          A dosagem de concreto utilizada
        
        
          para execução dos CPs e posterior re-
        
        
          alização do rompimento e do ensaio de
        
        
          penetração de cloretos foi desenvolvido
        
        
          para que atingisse resistência caracte-
        
        
          rística à compressão de 30 MPa, com
        
        
          traço unitário, em massa, de 1: 2,12:
        
        
          2,88 (cimento: areia: brita), sendo a rela-
        
        
          ção água/cimento definida pelo ensaio
        
        
          de
        
        
          
            Slump Test
          
        
        
          , segundo a ABNT NBR
        
        
          NM 67 - Concreto – Determinação da
        
        
          consistência pelo abatimento do tronco
        
        
          de cone (1998), para um abatimento de
        
        
          50 ± 10mm.
        
        
          Foram moldados 6 CPs para cada
        
        
          um dos teores de substituição da areia
        
        
          pela CBC, conforme se observa na Ta-
        
        
          bela 1, sendo os teores de substituição
        
        
          de 0% (concreto sem CBC), 5, 10, 15,
        
        
          20, 25, 30, 40 e 50%. Empregaram-se
        
        
          CPs cilíndricos (10x20cm) para avaliar
        
        
          a resistência ao ataque por cloretos (3
        
        
          CPs por teor de substituição) e a resis-
        
        
          tência característica à compressão (3
        
        
          CPs por teor de substituição).
        
        
          Este ensaio consistiu basicamente
        
        
          dos procedimentos a seguir descritos,
        
        
          de acordo com o método EPCANP da
        
        
          AASHTO T259 (1980) e conforme tam-
        
        
          bém se observa na Figura 3.
        
        
          u
        
        
          Após o período de cura em câmara
        
        
          úmida de cada série, o CP cilíndrico
        
        
          10x20cm correspondente foi corta-
        
        
          do com serra diamantada em duas
        
        
          partes iguais, cada uma com as
        
        
          medidas de 10x10cm (Figura 3 a);
        
        
          u
        
        
          As superfícies superior e inferior dos
        
        
          CPs foram pintadas com 3 demãos
        
        
          de verniz a base de poliuretano, no
        
        
          intuito de que apenas as laterais
        
        
          u
        
        
          
            Tabela 1 – Composição do concreto para os diversos teores de substituição
          
        
        
          % CBC
        
        
          Cimento
        
        
          Areia
        
        
          CBC
        
        
          Brita
        
        
          0
        
        
          1,000
        
        
          2,120
        
        
          0,000
        
        
          2,880
        
        
          5
        
        
          1,000
        
        
          2,014
        
        
          0,106
        
        
          2,880
        
        
          10
        
        
          1,000
        
        
          1,908
        
        
          0,212
        
        
          2,880
        
        
          15
        
        
          1,000
        
        
          1,802
        
        
          0,318
        
        
          2,880
        
        
          20
        
        
          1,000
        
        
          1,696
        
        
          0,424
        
        
          2,880
        
        
          25
        
        
          1,000
        
        
          1,590
        
        
          0,530
        
        
          2,880
        
        
          30
        
        
          1,000
        
        
          1,484
        
        
          0,636
        
        
          2,880
        
        
          40
        
        
          1,000
        
        
          1,272
        
        
          0,848
        
        
          2,880
        
        
          50
        
        
          1,000
        
        
          1,060
        
        
          1,060
        
        
          2,880