217
            
            
              IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5  • nº 2
            
            
              
                R. M. F. CANHA  |
              
            
            
              
                G. M. CAMPOS  |
              
            
            
              
                M. K. EL DEBS
              
            
            
              grande excentricidade definido conforme NBR 9062:2006 [6]:
            
            
              h6,1
            
            
              emb
            
            
              ×
            
            
              =
            
            
              l
            
            
              ;
            
            
              b)  Junta de 5 cm;
            
            
              c) Espessura
            
            
              da
            
            
              parede
            
            
              do
            
            
              colarinho:
            
            
              ) bou h(5,3/1 h
            
            
              int
            
            
              int
            
            
              c
            
            
              ×
            
            
              ³
            
            
              , que é um valor intermediário
            
            
              entre o mínimo recomendado por Campos [5] e o valor indica-
            
            
              do por Leonhardt & Mönnig [15];
            
            
              d)  Aço CA-50 (
            
            
              MPa
            
            
              500
            
            
              f
            
            
              yk
            
            
              =
            
            
              e
            
            
              MPa
            
            
              435
            
            
              f
            
            
              yd
            
            
              =
            
            
              ) para
            
            
              a armadura longitudinal e Aço CA-60 (
            
            
              MPa
            
            
              600
            
            
              f
            
            
              yk
            
            
              =
            
            
              e
            
            
              MPa
            
            
              522
            
            
              f
            
            
              yd
            
            
              =
            
            
              ) para a armadura transversal;
            
            
              e)  Resistência característica à compressão dos concretos do
            
            
              cálice e do pilar, respectivamente, de
            
            
              MPa
            
            
              20 f
            
            
              ck
            
            
              =
            
            
              e
            
            
              MPa
            
            
              30 f
            
            
              ck
            
            
              =
            
            
              , e
            
            
              4,1
            
            
              c
            
            
              =γ
            
            
              .
            
            
              Foi utilizada a formulação proposta neste trabalho, baseada no
            
            
              comportamento monolítico da ligação, comparando-se os resulta-
            
            
              dos com o modelo proposto em Campos et al. [3] adaptado para
            
            
              interfaces rugosas. As características geométricas, as forças e
            
            
              armaduras resultantes para cada seção analisada estão apresen-
            
            
              tadas na Tabela 5.
            
            
              Com relação à armadura longitudinal A
            
            
              s
            
            
              , pode-se observar que o
            
            
              modelo proposto para a base do pilar rugoso resultou em valores
            
            
              menores que os do modelo de Campos et al. [3] adaptado para
            
            
              interfaces rugosas, com diferença de 27% para todos os casos.
            
            
              Teoricamente, não seria necessária armadura transversal para
            
            
              as seções de 40x40 cm
            
            
              2
            
            
              e 60x40 cm
            
            
              2
            
            
              dimensionadas segundo
            
            
              o modelo proposto. Os valores da armadura transversal calcula-
            
            
              dos conforme o modelo proposto para as seções de 40x60 cm
            
            
              2
            
            
              e
            
            
              60x60 cm
            
            
              2
            
            
              foram superiores aos do modelo adaptado para interfa-
            
            
              ces rugosas, com diferenças de até 28%. Tanto o modelo propos-
            
            
              to como o modelo adaptado para interfaces rugosas forneceram
            
            
              armaduras transversais inferiores à armadura transversal mínima
            
            
              recomendada pela NBR 6118:2007 [17], indicando-se, neste caso,
            
            
              a utilização da armadura mínima.
            
            
              
                4. Considerações finais e conclusões
              
            
            
              Nesse trabalho, são propostos modelos e recomendações de pro-
            
            
              jeto para a ligação pilar-fundação por meio de cálice com interfa-
            
            
              ces rugosas, contemplando a configuração das chaves de cisalha-
            
            
              mento, o cálice e a base do pilar.
            
            
              Após a análise dos resultados teóricos e experimentais, as seguin-
            
            
              tes conclusões podem ser delineadas:
            
            
              a)  Para que o cálice de fundação rugoso apresente um compor-
            
            
              tamento semelhante ao de uma ligação monolítica, é neces-
            
            
              sário que as dimensões das chaves de cisalhamento estejam
            
            
              dentro dos limites recomendados neste trabalho.
            
            
              b)  O dimensionamento da armadura vertical nos cálice com inter-
            
            
              faces rugosas deve ser feito de acordo com teoria da flexão.
            
            
              c)  Para o dimensionamento da armadura horizontal das paredes
            
            
              transversais, apresenta-se o refinamento do modelo de Canha
            
            
              et al. [10], ajustanto-se os valores de
            
            
              o
            
            
              f
            
            
              60
            
            
              =b
            
            
              e
            
            
              o
            
            
              p
            
            
              35
            
            
              =b
            
            
              para melhor representar os resultados experimentais.
            
            
              d)  O novo modelo proposto para a base do pilar rugoso, calibra-
            
            
              do a partir do cálice de fundação, apresentou uma armadura
            
            
              longitudinal menos conservadora quando comparados com o
            
            
              modelo proposto em Campos et al. [3] adaptado para inter-
            
            
              faces rugosas. Os dois modelos forneceram uma armadura
            
            
              transversal mínima.
            
            
              Os modelos propostos neste trabalho são válidos apenas para
            
            
              as ligações rugosas em que o comprimento de embutimento seja
            
            
              determinado pela norma NBR 9062:2006 [6] e para os casos de
            
            
              grande excentricidade, tendo em vista que os mesmos foram origi-
            
            
              nados de constatações experimentais de protótipos dentro destas
            
            
              situações.
            
            
              
                5. Agradecimentos
              
            
            
              À CAPES, pelo apoio financeiro das bolsas de Mestrado da segun-
            
            
              da e de Pós-Doutorado da primeira autora. À FAPESP, pelo apoio
            
            
              através do projeto temático “Nucleação e incremento da pesquisa,
            
            
              inovação e difusão em concreto pré-moldado e estruturas mistas
            
            
              para a Modernização da Construção Civil” (proc. 05/53141-4). Ao
            
            
              CNPq, pela bolsa de Produtividade em Pesquisa dos primeiro e
            
            
              terceiro autores.
            
            
              
                6. Referências bibliográficas
              
            
            
              [01] CANHA, R.M.F.; EL DEBS, M.K. Critical analysis of  
            
            
              models and recommendations for designing
            
            
              column-base connection by socket of precast concrete
            
            
              structures. IBRACON Structural Journal, v.2, n.2,  
            
            
              p.116-136, June. 2006.
            
            
              [02] CANHA, R.M.F.; EL DEBS, M.K. Proposal of design  
            
            
              model for column-base connection by socket of
            
            
              precast concrete structures. IBRACON Structural  
            
            
              Journal, v.2, n.2, p.152-166, June. 2006.
            
            
              [03] CAMPOS, G.M.; CANHA, R.M.F.; EL DEBS, M.K.
            
            
              Design of precast columns bases embedded in socket
            
            
              foundations with smooth interfaces. IBRACON
            
            
              Structures and Materials Journal, v.4, n.2, p.314-323,  
            
            
              June. 2011.
            
            
              [04] CANHA, R.M.F. Theoretical-experimental analysis of
            
            
              column-foundation connection through socket of
            
            
              precast concrete structures. São Carlos. 279p. PhD  
            
            
              Thesis. School of Engineering of São Carlos,
            
            
              University of São Paulo, 2004.
            
            
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              School of Engineering of São Carlos, University of São
            
            
              Paulo, 2010.
            
            
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              2006.
            
            
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              prefabriques. Annales de L’Institut Technique du
            
            
              Batiment et dês Travaux Publics, n.314, p.114-144,  
            
            
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              through socket of precast concrete structures with  
            
            
              reduced embedded length. São Carlos. 167p. MSc  
            
            
              Thesis. School of Engineering of São Carlos,
            
            
              University of São Paulo, 2005.