151
            
            
              IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5  • nº 2
            
            
              
                D.V. RIBEIRO
              
            
            
              
                | J.A. LABRINCHA
              
            
            
              |
            
            
              
                M.R. MORELLI
              
            
            
              onde Ds é o coeficiente de difusão no estado estacionário (cm
            
            
              2
            
            
              /
            
            
              ano); t é o tempo de vida útil (anos), erf(z) é a função Gaussiana
            
            
              de erros, PC (penetração de cloretos) é a profundidade em que a
            
            
              concentração de cloretos atinge o limite para que ocorra a despas-
            
            
              sivação da armadura (cm), C
            
            
              o
            
            
              é a concentração inicial de cloretos
            
            
              (neste caso, 0%), C
            
            
              S
            
            
              é a concentração de cloretos na superfície
            
            
              (%) e C
            
            
              Cl
            
            
              é a concentração de cloreto em função da profundidade
            
            
              e do tempo (%), em relação à massa de cimento.
            
            
              Orientando-se pela literatura [26, 27], foram fixados alguns parâ-
            
            
              metros: C
            
            
              S
            
            
              = 1,8% e C
            
            
              Cl
            
            
              = C
            
            
              dep
            
            
              = 0,4% em peso de cimento, onde
            
            
              C
            
            
              dep
            
            
              é a concentração limite de cloreto para despassivar o aço
            
            
              (por peso de cimento). Os resultados obtidos são apresentados na
            
            
              Figura 9, onde são destacados os valores de vida útil para a pene-
            
            
              tração de cloretos em estruturas com um cobrimento de concreto
            
            
              igual a 4 cm (valor mínimo exigido pelas normas, para ambientes
            
            
              agressivos, com presença de cloretos). Estes valores são mais
            
            
              bem visualizados na Figura 10.
            
            
              As amostras de referência (sem resíduo) apresentaram 16,5 anos
            
            
              de vida útil e a adição de lama vermelha aumentou a estimativa de
            
            
              vida útil do concreto para até 35 anos (duas vezes maior do que
            
            
              a referência), em amostras de concreto contendo 30% de adição
            
            
              da lama vermelha.
            
            
              
                4. Conclusões
              
            
            
              Após a análise dos resultados apresentados, pode-se concluir que:
            
            
              n
            
            
               O “time lag” aumenta com o aumento da adição de lama ver-
            
            
              melha, sendo uma provável conseqüência da redução da
            
            
              quantidade relativa de poros capilares;
            
            
              n
            
            
               A diminuição no nível de interconectividade entre os poros ca-
            
            
              pilares nas amostras contendo lama vermelha e a presença de
            
            
              fases mineralógicas típicas, como aluminossilicatos de sódio,
            
            
              conhecidos como “sodalites” são responsáveis pela redução
            
            
              do fluxo de íons e, conseqüentemente, dos coeficientes de di-
            
            
              fusão nos estados estacionário e não estacionário;
            
            
              n
            
            
               Amostras de concreto contendo lama vermelha apresentaram,
            
            
              segundo resultados de migração de cloretos, uma maior vida
            
            
              útil, atingindo um valor superior ao dobro do obtido para as
            
            
              amostras de referência (16,5 contra 35 anos).
            
            
              
                5. Agradecimentos
              
            
            
              FAPESB — Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia.
            
            
              PPGCEM / UFSCar — Programa de Pós Graduação em Ciência e
            
            
              Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos.
            
            
              UA/DECV – Universidade de Aveiro / Departamento de Cerâmica
            
            
              e Vidro – Projeto FCT-PTDC/CTM/65243/2006.
            
            
              * Este projeto não teve suporte financeiro da ALCOA do Brasil.
            
            
              
                6. Referências
              
            
            
              [01] ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de
            
            
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              RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL 2009. Abrelpe, 2009.  
            
            
              210 p.
            
            
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              Accessed in oct., 15th, 2010.
            
            
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              Available in: <www.roskill.co.uk/index.html>. Accessed in  
            
            
              nov., 20th, 2010.
            
            
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              n. 8, p. 665-670, 1996.
            
            
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              of the European Ceramic Society. v. 27, n. 4,
            
            
              p. 1945-1951, 2007.
            
            
              [07] AMRITPHALE, S.S.; PATEL, M. Utilisation of red mud,
            
            
              fly ash for manufacturing bricks with pyrophyllite. Silicates  
            
            
              Ind, v. 2, n. 3, p. 31-35, 1987.
            
            
              [08] VINCENZO, M.S.; RENZ, C.; STEFANO, M.; GIOVANNI,
            
            
              C. Bauxite red mud in the ceramic industry. Part 2:
            
            
              production of clay based ceramics. Journal of the European  
            
            
              Ceramic, v. 20, n. 3, p. 245–252, 2000.
            
            
              [09] YALCIN, N.; SEVNIC, V. Utilization of bauxite waste in
            
            
              ceramic glazes. Ceramics International, v. 26, n. 5,
            
            
              p. 485-493, 2000.
            
            
              [10] ASOKAN, P.; SAXEAN, M.; ASOLEKAR, S.R. Coal
            
            
              combustion residues-environmental implications and
            
            
              recycling potentials. Resources, Conservation and
            
            
              Recycling, v. 43, n. 3, p. 239-262, 2005.
            
            
              [11] TSAKIRIDIS, P.E.; AGATZINI-LEONARDOU, S.;
            
            
              OUSTADAKIS, P. Red mud addition in the raw meal for
            
            
              the production of Portland cement clinker. Journal of
            
            
              Hazardous Material, v. 116, n. 1-2, p. 103-110, 2004.
            
            
              [12] SINGH, M.; UPADHAYAY, S.N.; PRASAD, P.M.
            
            
              Preparation of iron rich cement from red mud. Cement
            
            
              and Concrete Research, v. 27, n. 7, p. 1037-1046, 1997.
            
            
              [13] CABEZA, et al. Red mud as a corrosion inhibitor for
            
            
              reinforced concrete. The Journal of Corrosion Science and  
            
            
              Engineering, v. 6, n. 32, p. 1-4, 2003.
            
            
              Figura 10 – Relação entre o tempo
            
            
              de vida útil e o teor de resíduo
            
            
              adicionado, estimado em função
            
            
              do ensaio de migração de cloretos