Revista Concreto & Construções - edição 89 - page 96

96 | CONCRETO & Construções | Ed. 89 | Jan – Mar • 2018
estruturas e elementos pré-moldados
de concreto, que conta com especia-
listas na Comissão 6 da
fib
(Pré-fa-
bricados), tendo finalizado o ano de
2017 com todas as normas brasileiras
atualizadas e em grau de conteú-
do técnico compatível com as mais
avançadas do mundo. O CT 304 –
Comitê IBRACON/ABCIC de Pré-Fa-
bricados, instalado no 59º Congresso
Brasileiro do Concreto, em 2017, tem
já uma agenda de trabalho encabeça-
da por uma Prática Recomendada de
Comentários e Exemplos de aplicação
da ABNT NBR 9062:2017 – Projeto e
execução de estruturas pré-moldadas
de concreto; iniciativa a ser desenvol-
vida numa parceria entre as três enti-
dades brasileiras que integram a
fib
,
ABCIC, IBRACON e ABECE.
Os Comitês da
fib
possibilitam um
intercâmbio de conhecimentos interes-
sante, pois congregam diferentes paí-
ses com realidades próprias. A elabora-
ção dos Códigos Modelo
fib
, lançados
periodicamente como base para os
Eurocódigos
6
de Estruturas de Con-
creto, reúne os maiores especialistas
do mundo em cada um dos temas tra-
tados e é provavelmente a publicação
mais conhecida da entidade.
O recente interesse por estender o
Código Modelo de 2020 (
fib
MC2020)
para os países em desenvolvimento,
considerando sua cultura e as dificulda-
des em implementar tecnologias mais
avançadas ou de maior custo, tem
levado representantes da
fib
a várias
regiões do globo e possibilitou a reali-
zação de evento da entidade em São
Paulo, em setembro de 2017.
Das conclusões desse evento de-
preende-se que há muito trabalho a ser
desenvolvido, mas o caminho para a
Telas da apresentação sobre a normalização técnica brasileira de concreto
estrutural, realizada pela autora, no evento da
fib
, em setembro/2017
6
N
ormas
da
C
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E
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E
struturas
.
7
D
etalhes
acerca
da
história
da
normalização
brasileira
podem
ser
obtidos
no
livro
C
oncreto
– C
iência
e
T
ecnologia
,
publicado
pelo
IBRACON
em
2011.
consecução dos objetivos propostos já
está estruturado em bases sólidas.
Não há divergências entre a nor-
malização técnica brasileira e a inter-
nacional, mas particularidades que
expressam a singularidade regional
e que devem ser necessariamente
consideradas.
4. CRESCER É MAIS DO QUE
UMA NECESSIDADE
É indiscutível a força das entidades
na consecução de objetivos setoriais,
que podem gerar importantes avanços
nos campos técnico e social, ultrapas-
sando até mesmo seus ideais ou metas
previamente estabelecidas.
Para contextualizar essa afirmativa,
vale lembrar alguns fatos que marca-
ram a história da normalização brasi-
leira, como a publicação das primeiras
normas da ABNT e sua fundação, que
tiveram origem na necessidade da so-
ciedade técnica do início do século 20
de estabelecer padrões para comparar
diferentes produtos e avançar no de-
senvolvimento de tecnologias próprias.
Notadamente nas questões de segu-
rança, faltavam regras para os processos
construtivos e metodologias de ensaios
que possibilitassem avaliar os materiais
empregados (como o cimento, importa-
do da Europa e recebido em barris de
madeira nos portos brasileiros). Entida-
des como ABCP – Associação Brasileira
de Cimento Portland, INT – Instituto Na-
cional de Tecnologia e IPT – Instituto de
Pesquisas Tecnológicas foram responsá-
veis pelas primeiras Reuniões de Labora-
tórios de Ensaios de Materiais, cujo gru-
po de especialistas responde pelo início
das atividades de normalização técnica
no país.
7
Nos anos que se seguiram, a pu-
blicação de normas técnicas brasi-
leiras superou as expectativas e a
ABNT tornou-se reconhecida na-
cional e internacionalmente, tendo
participado da fundação da
ISO –
International Organization for Standar-
dization
, em 1947.
Diversos fatores contribuem para o
sucesso de iniciativas como as apre-
sentadas, onde se incluem os trabalhos
dos Comitês Técnicos já mencionados.
Dentre esses fatores cumpre salientar:
u
tradição/cultura do país (ou
região);
u
percepção da importância do valor
a longo prazo;
u
envolvimento de pessoas, empre-
sas, entidades e outros.
Trata-se de trabalho não remunera-
do, que tem como resultado imediato
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